ESTAÇÕES DA CRUZ ESTREIA NA BERLINALE
     
 

Publicada em 09.02.14

Carlos Augusto Brandão

Stations of the Cross, o estranho filme de Dietrich Brueggemann, foi destaque ontem na 64 edição do Festival de Berlim

 A história aborda os perigos do fanatismo religioso, no caso o católico, dando  inclusive um toque deliberado de  non sense sobre a via sacra.
 
O roteiro é ótimo, abordando as 14 estações da cruz. Em quase todas, à exceção de 3, a filmagem é realizada de uma tomada única. 
 
A abordagem  é um tanto formal mas  os atores são excelentes, principalmente Lea van Acken que faz o papel da adolescente Maria e sua mãe vivida por Franziska Weisz.
 
O filme começa com uma fria e pálida luz iluminando  a sala onde Father Weber (Florian Stetter) instrui seus discípulos  na sua última aula antes da Primeira Comunhão.  A cena é uma joia de roteiro e exatidão. Os clérigos são membros da Sociedade de St. Paul.
 
Cada cena  gira em torno de 10 minutos. A segunda mostra a vida da família de Maria. A mãe,  o pai (Klaus Michael kamp) e Maria, a mais velha dos quatro filhos. O mais novo Johannes (Linus Fluhr) ainda não fala, o que causa  a Maria uma preocupação excessiva. Em torno do grupo, está Bernadette (Lucie Aron) como a única pessoa adulta  do filme que traz um pouco de encorajamento.
 
Segue o Capítulo 3 – quando Jesus cai pela primeira vez – mostrando  Maria na biblioteca da escola, onde ela pede ajuda a Christian (Moritz Knapp), um estudante de uma outra classe. Eles claramente gostam um do outro.
 
A história segue com curtos diálogos tais como: Que tipo de música você executa? pergunta Maria.  Bach e algumas vezes soul e gospel, Christian responde. 
 
No carro com sua mãe, Maria mente, dizendo que uma nova amiga a convidou para contar no coral. Mais tarde,  confessa sua mentira para Father Weber, e o padre.
 
O viés mistura  humor e problemas religiosos, embora às vezes não fique  claro se os roteiristas realmente tiveram a intenção de mesclar o tom humorado  com excessos religiosos.
 
O filme relembra uma sociedade religiosa que condenava o Vaticano II porque praticava anti semitismo radical.
 
O tom estranho e pouco convencional da história agradou e foi muito aplaudido na sessão prévia para a imprensa.
 

     
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