ÚLTIMO FILME DE RESNAIS É MOSTRADO NO NYFF
     
 

PUBLICADA EM 23.09.14

Carlos Augusto Brandão

Lançado na 64ª edição da Berlinale, Amar, Beber e Cantar, de Alain Resnais, é um dos principais destaques da 52ª edição do Festival de Nova York.

O  diretor francês morreu duas semanas depois de ter recebido o prêmio Alfred Bauer – dedicado a filmes que primam pela inovação e criatividade – no evento alemão.

 
Uma plateia atenta e silenciosa durante a projeção,  assistiu ao último trabalho de um dos maiores diretores do cinema francês e universal.
 
O filme, também  já lançado no Brasil,  é baseado na peça Life of Riley, de Alan Ayckbourn e marcou uma nova parceria de Resnais com o dramaturgo britânico, de quem  já tinha adaptado para as telas a comédia Smoking / no Smoking (1993) e Medos Privados em Lugares Públicos (2006).

 
No estilo teatro filmado, como vinha sendo  ultimamente característica do diretor, a história começa com um grupo de amigos chegados descobrindo que um deles tem poucos meses de vida. A terrível notícia terá inesperadas repercussões no círculo dos amigos.

 
Como sempre, Resnais colocou  no elenco nomes sempre presentes nos seus filmes: Sabine Azéma, Hippolyte Girardot, Sandrine Kiberlain, André Dussollier, Caroline Silhol e Michel Vuillermoz.

 
E metódico como costumava ser, apenas colaborou no roteiro –  que foi adaptado por Laurent Herbiet e Caroline Silhol – já que era conhecido por não gostar de roteirizar seus filmes.

 
“Até agora meus filmes e a forma de me relacionar com os colaboradores tem sido assim. Minha motivação no cinema está mais ligada ao trabalho com os atores, aos entendimentos com a equipe técnica e ao desenvolvimento da filmagem”, ressaltou numa entrevista sobre o filme.

 
Resnais sempre foi  excelente na direção de atores, conseguindo sempre deles um desempenho sútil e envolvente que dá credibilidade aos personagens e aos dramas retratados,  como é o caso dos acontecimentos inesperados da vida em Amar, Beber, e Cantar.

 
Embora tenha sido considerado como um legítimo representante do chamado cinema de autor, o cineasta francês  não se considerava assim, como muitas vezes teve oportunidade de, modestamente, afirmar. 

 
“Na equipe de um filme tem muita gente: o roteirista, o cenógrafo, o fotógrafo e eu não dirijo nenhum deles.  A minha relação com eles é de troca e de parceria e não de autoria”, ensinava o consagrado cineasta de clássicos inesquecíveis como Ano Passado em Marienbad e Hiroshima, Meu Amor.


 

     
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