PERFECCIONISMO LEVADO A EXTREMOS
     
 

PUBLICADA EM 26.09.14

Carlos Augusto Brandão

Whiplash – Em Busca da Perfeição, começa com o jovem Andrew Neyman tocando bateria de forma compulsiva, obsessiva e obstinada.

Logo, os espectadores descobrem que esse é o cerne do ótimo filme de Damien Chazelle.
 
Vindo do Sundance – onde conseguiu a façanha de ganhar, ao mesmo tempo,  o Grande Prêmio do Júri e também o Prêmio de Audiência – Whiplash foi aplaudidíssimo  aqui no Festival de Nova York, tanto na sessão de público quanto na prévia para a imprensa, com a presença do diretor e do ator JK Simmons.
 


A história segue Andrew (Miles Teller), um baterista promissor de 19 anos, que estuda no Conservatório de Música de Manhattan, mas  tem pouco interesse em ser apenas um músico. Para alimentar seu sonho de grandeza e agradar a seu pai, ele treina intensamente todos os dias.
 
A busca pelo sucesso atinge seu nível extremo quando ele é escolhido para entrar na orquestra da escola liderada pelo sádico Terence Fletcher (Simmons),  um instrutor de música meio selvagem que não mede esforços para que o estudante atinja o limite máximo do seu potencial.
 
Sob as enérgicas ordens de Fletcher, Andrew começa a perseguir a perfeição a qualquer custo.
 
A coletiva após a projeção foi iniciada com Simmons, enquanto era aguardada a chegada do jovem diretor.
 
O ator explicou que não considera seu personagem portador de homofobia ou sadismo.
 
“Nenhuma coisa nem outra.  Para mim, ele é um perfeccionista e tem um grande interesse de levar seus alunos a serem grandes músicos”, afirmou, contando onde buscou inspiração para interpretar Fletcher tão bem.
 
“Talvez o fato de ter sido músico profissional tenha contribuído para isso. Mas hoje só faço música clássica”, disse acrescentando que o filme é também um bom estudo sobre professores.
 
“Ou, pelo menos, como eles são vistos hoje em dia.  Para mim Fletcher é brilhante, tenho alguma vivência nisso. Meu pai foi professor no Ohio State University e minha irmã é também professora”, diz,  aproveitando a chegada de Chazelle para fazer um comentário sobre ele. 
 
“Quando eu conheci o Damien vi que ele era  quase um adolescente e fiquei preocupado como conseguiria trabalhar com alguém tão mais jovem que eu”, brincou Simmons de 59 anos (31 mais que o diretor).
 
Chazelle aproveitou a deixa e, fazendo um grande elogio para Simmons, esclareceu que o filme não é autobiográfico, mas tem uma ligação grande com a realidade.
 
“Isso só foi possível pelo impressionante  trabalho desse grande ator que é o Simmons”.   Além disso, 95% dos músicos da orquestra são verdadeiros, estão realmente tocando hoje,  mas muitos nomes do passado sempre vinham na minha cabeça como Buddy Rich, Charlie Parker .....
 


Ao final, manifestou sua satisfação com o lançamento no Sundance e a  sessão aqui no Festival de Nova York.
 
“O Sundance é uma verdadeira meca do cinema, um símbolo de toda uma geração.  Ser selecionado para o NYFF é uma honra.  Mas, acima de tudo,  Eu acho que é ótimo quando nosso trabalho é visto internacionalmente”, ressaltou.
 

     
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