THOMAS ANDERSON LANÇA SEU NOVO FILME NO NYFF
     
 

PUBLICADA EM 04.10.14

Carlos Augusto Brandão

Inherent Vice, de Paul Thomas Anderson, teve sua première mundial no final de semana na 52ª edição do Festival de Nova York, com o status de “Centerpiece”, destaque para um título que prima pela inovação e criatividade.

Primeiro longa adaptado de um livro de Thomas Pynchon, Inherent Vice traz nos papéis principais Joaquin Phoenix, Josh Brolin  Reese Witherspoon e Benicio Del Toro.
 
Ambientada na Los Angeles de 1970, a história segue o detetive viciado em drogas Larry “Doc” Sportello (Phoenix), que investiga o desaparecimento de sua ex-namorada.
 
Estão também no elenco Owen Wilson, Martin Short, Jena Malone, Joanna Newsom e Katherine Waterston.
 
Ken Jones, diretor do festival, diz que o novo filme de Anderson traz a textura do início dos anos 70 e da contracultura do sul da Califórnia para os dias de hoje.
 
“Quando o filme termina nos sentimos como se estivéssemos estado em algum lugar e retornado de outra forma. É um filme ricamente detalhado, sensível e engraçado”, elogia Jones.  
 
Ao descrever  a essência de Inherent Vice, Anderson ressalta que é um trabalho muito profundo.
 
“Eu não digo que é uma obra literária, porque essa talvez não seja uma boa palavra. Mas o livro de Thomas Pynchon é muito bem escrito, diz coisas sentidas, profundas e, ao mesmo tempo, mescladas com humor e até algumas tolices.  Na adaptação  para as telas, procurei ser o mais possível fiel ao espírito da obra”, explica, revelando o filme que assistiu antes de escrever o roteiro.
 
“Eu revi The Big Sleep (À Beira do Abismo, de Howard Hawks – 1946) e isso me fez perceber que eu não poderia seguir nessa linha.  De qualquer forma, foi um bom modelo para ser descartado”, informa o diretor, que desta vez trabalhou com um grande grupo de atores, diferentemente de seus últimos filmes nos quais focalizou um ou dois personagens.
 
“Foi ótimo ter convivido com tantas pessoas legais. A única coisa frustrante foi que isso, com a grande  maioria do elenco, aconteceu por apenas dois ou três dias.  Justamente no momento em que estávamos começando a nos entusiasmar, eles iam embora para atuar em outros filmes. De qualquer forma, foi uma ótima sensação”, afirma.
 
Anderson explica por que decidiu fazer Inherent Vice em película numa época em que a maioria dos diretores está preferindo filmar em digital.
 
“Filmar em 35mm foi uma coisa que eu comecei a fazer desde o início da minha carreira, portanto é a  única maneira que eu sei fazer. Além disso, eu  estou tentando manter a película viva um pouco mais de tempo, inclusive porque acho que há espaço para ambas as coisas.  Assim deveria ser, nada deveria acabar”, ressalta  Anderson, que volta a fazer sucesso no NYFF onde esteve  em 1997 com Boogie Nights: Prazer sem Limites e em 2002 com Embriagado de Amor.

 

     
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