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22.09.13
Carlos Augusto Brandão
Às vezes é bom assistir a um filme e sair do cinema leve, feliz e amando a humanidade. Esse é mais ou menos o sentimento que prevalece após a sessão de About Time, novo filme de Richard Curtis.
Nova York
Às vezes é bom assistir a um filme e sair do cinema leve, feliz e amando a humanidade. Esse é mais ou menos o sentimento que prevalece após a sessão de About Time, novo filme de Richard Curtis.
Mostrado numa sessão prévia para a imprensa da 51ª edição do Festival de Nova York , o filme é muito divertido e bem característico da obra do diretor, que roteirizou os ótimos Quatro Casamentos e um Funeral e Notting Hill.
Bill Nighy interpreta um pai com um poder secreto que tem sido passado de pais para filhos de sua família por gerações: eles podem viajar no tempo.
Visto de forma metafórica, esse é um gancho muito engraçado para uma comédia romântica no estilo do diretor britânico.
Lindsay Duncan é a volúvel esposa de Nighy, mas o foco do filme está na geração mais jovem, Mary e Tim, num ótimo desempenho de Rachel McAdams e Domhnall Gleeson (Harry Potter).
Leia os principais trechos das declarações do diretor sobre seu filme e sua intenção de se aposentar.
Qual mensagem quis passar com esse filme?
“A moral do filme, se é que há uma, é que você deve saborear cada dia de sua vida, quando as coisas estão correndo normalmente”.
Em sua obra e também neste filme, é dada uma grande importância à família. Tem sido intencional?
“Tendo perdido minha mãe e meu pai nos últimos cinco anos e com todos os meus filhos crescendo, estou cada vez mais certo que sou um homem de família acima de tudo”.
O filme é biográfico?
“Este filme tem muito a ver com meus pais, com um irmão e uma irmã, já que tem a ver com amor. Há algumas semelhanças com a minha própria família. O personagem principal é muito próximo na forma como lida com a família, que sempre foi uma grande parte de minha vida”.
Por isso, a ênfase é no personagem do pai?
“Sim, há um monte de sentimentos sobre o meu próprio pai nesse papel e foi muito bom ter Nighy vivendo o personagem”.
Sua decisão de desistir de dirigir é muito surpreendente.
“Bem, eu só dirigi três filmes, então eu não acho que ninguém vai sentir muito a minha falta”.
Mas é verdade que esse é seu último filme?
“Esta produção pode ser a minha despedida dirigindo filmes, mas eu vou continuar a escrever. É uma despedida parcial, digamos assim”.
Está cansado da vida de diretor?
“Quando estamos dirigindo um filme, precisamos passar cerca de 1000 dias que são obsessivos. A vida de diretor é intensa, então eu estou tentando evitar a tensão, mas vamos ver como as coisas andam...”.
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