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PUBLICADA EM 24.01.15
Myrna Silveira Brandão - MCCINEMA com agências internacionais
Desde que foi criado, o Sundance mantém a mostra dramática americana como a mais importante do evento.
Afinal, ela tem revelado nomes importantes do cinema independente como Quentin Tarantino, Steven Soderbergh e Gus Van Sant.
Entre os dezesseis filmes que concorrem ao Grande Prêmio do Júri há sempre uma expectativa que um estreante se transforme, da noite para o dia, num novo expoente indie.
Esse é o caso da diretora e roteirista Nikole Beckwith, que está estreando com Stockholm Pennsylvania no festival.
A história segue Leia, uma jovem que volta a conviver com seus pais, Marcy e Glen, depois de ter sido sequestrada 17 anos atrás.
Criada num porão suburbano e renomeada Lia por Ben, seu sequestrador, foi dito a ela que o mundo exterior havia acabado e agora ela deve mudar todas as percepções que tinha sobre ele.
A inteligente jovem de 22 anos também é forçada a se reconciliar com sua nova vida com os pais, que são estranhos virtuais, e com sua vida passada de prisioneira com Ben, de quem ela era completamente dependente.
Na medida em que a crescente alienação de Leia a leva a ter saudades de Ben, Marcy lentamente tenta recuperar sua filha, e a noção do que é ser livre é posta em dúvida.
Num desempenho cheio de nuances, Saoirse Roman surpreende como uma jovem mulher cuja base de conhecimento é destruída e seu conceito de lar é apagado.
Beckwith deixa de lado o viés sensacional da narrativa para examinar as origens do ego, identidade, e o poder da linguagem.
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