NOUVELLE VAGUE ROMENA
     
 

23.09.13

Carlos Augusto Brandão

Porumboiu mostra seu novo filme no NYFF, também programado para o Festival do Rio

Nova York

Quando Policia, Adjetivo, de Corneliu Porumboiu,  foi mostrado aqui no Festival de Nova York em 2009, deixou a  certeza da qualidade do recente cinema romeno. Além dele, outros diretores já haviam passado por aqui como  Cristian Mungiu (4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias),  Cristi Puium (A morte do senhor Lazarescu) e Califórnia Dreaming, de Cristian Nemescu.

Porumboiu agora está de volta ao NYFF com When Evening Falls on Bucharest or Metabolism (Quando a noite cai em Bucareste ou Metabolismo, em tradução literal), mostrado numa prévia para a imprensa.

O filme também integra a programação do Festival do Rio  (26.09 a 10.10), na Mostra Panorama Mundial. 

A história segue Paul (Bogdan Dumitrache)  um diretor de cinema que, no meio da realização de um filme, inicia um romance  com Alina (Diana Avramut),  uma atriz desempenhando um papel secundário.

No último dia de filmagem, ele decide reescrever o roteiro a fim de inserir uma cena de nudez com ela.  Mas no dia seguinte resolve não filmar a sequência e  liga para sua produtora  avisando que está doente e vai precisar se ausentar, o que causará problemas com a Seguradora.

Em uma longa sequência, o filme coloca em debate o receio  contemporâneo sobre o futuro do cinema na era digital. Para melhor ilustrar isso, o diretor preferiu  filmar  em 35 mm realizando poucas tomadas em tempo real, de forma a não ultrapassar o comprimento máximo da película.

O cineasta mantém  seu estilo irônico, com muitas referências ao cinema, à linguagem cinematográfica e às  motivações que muitas vezes estão subjacentes no significado do filme.

Porumboiu diz que seu cinema tem muito a ver com o que acontece na sociedade contemporânea.

“A  inspiração para meus filmes vem da observação da realidade e, principalmente, do ambiente ao meu redor”,  afirma o diretor, que se formou em administração antes de estudar direção de cinema.

Para ele, os cineastas de sua geração compartilham o mesmo gosto pelo cinema, o que pode explicar o viés atual dos filmes romenos. 

“Nós crescemos num regime político onde o cinema era uma ferramenta importante de propaganda e, talvez por isso, nossos filmes veem  procurando refletir a sociedade de maneira mais realista”, ressalta Porumboiu, reafirmando sua confiança num bom  futuro para o cinema romeno.

“Nós não criamos um movimento como a nouvelle vague francesa, mas existe um estilo predominante nos cineastas da minha geração.  Acredito, no entanto, que mais adiante cada um de nós vai explorar seu próprio universo e o cinema romeno se tornará mais diversificado, consequentemente com uma abrangência maior para todo tipo de público”, conclui.

     
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