PUBLICADA EM 19.12.15

Myrna Silveira Brandão

Os primeiros títulos da Berlinale Classics – na qual filmes recém-restaurados são trazidos de volta aos espectadores – foram divulgados pelo Festival de Berlim.

Os anunciados são três clássicos alemães que serão apresentados em novas versões digitais. 
 
– Varieté, de E.A. Dupont (1925)  
 
A restauração digital foi realizada em 2014 / 15 pela Fundação Murnau, em colaboração com o Arquivo Fílmico da Áustria.  O material prospectado consistia de uma cópia em nitrato da Biblioteca do Congresso em Washington e uma cópia em nitrato do Arquivo Fílmico da Áustria. A versão restaurada apresentará, de forma quase completa,  o primeiro corte do filme.
 
Martyn Jacques, diretor artístico da Banda The Tiger Lillies – que compôs uma nova trilha sonora para o filme e acompanhará a première  com sua Banda – manifestou sua satisfação com o trabalho.
 
“A música que fizemos vem  do coração. É a nossa música de circo para um filme maravilhoso”, ressaltou.  
 
A première mundial da versão restaurada será projetada numa cópia 2K DCP e realizada em cooperação com a  Companhia Produtora e Distribuidora NFP.
 
Varieté, clássico do cinema mudo alemão, é um drama criminal  locado num circo.  O elenco é liderado por Emil Jannings, que se tornou o primeiro ator a ganhar um Oscar, como protagonista de A Tortura da Carne em 1927. Ele voltou a conquistar o prêmio em 1928 com  A Última Ordem. 
 
 
Born in 45, de Jürgen Böttcher (1966).
 
A parte mais difícil da restauração foi o som, que  precisou ser completamente reconstruído.
 
Roland Graf, diretor de fotografia,  deu uma significativa contribuição para a restauração digital, que começou em 2014 e tem previsão de término em janeiro de  2015. O filme será projetado numa cópia 4K – DCP
 
Inspirado no neorrealismo italiano, o filme traz um novo olhar sobre os jovens vivendo em Berlim na década de 1960.
 
Born in 45 é a única ficção realizada por Böttcher, cuja carreira foi sempre focada no cinema documental.
 
The Cat Has Nine Lives, de Ula Stöckl (1968).
 
 
Originalmente filmado em Tecnicolor, o filme foi restaurado digitalmente de um negativo que estava na Cinemateca Alemã.  Será projetado em cópia 2K – DCP.
 
Quando foi lançado, o filme rapidamente conquistou a atenção da comunidade cinematográfica internacional e participou de vários festivais. 
 
A história, que  gira em torno de cinco mulheres, tem por foco mostrar como a emancipação feminina pode acontecer numa sociedade dominada por homens. É considerado um marco no cinema feminista da Alemanha. 
 
Painel sobre a restauração
 
Além da projeção dos filmes, constará do programa  um evento especial intitulado “Berlinale Classics: Digitising Film Heritage in the Future”.
 
Mediado por Rainer Rother, diretor artístico da Cinemateca Alemã e curador da Retrospectiva, será um painel de discussão com os especialistas em restauração Claudia Dillmann, Ralf Schenk e Ernst Szebedits.
 
A 65ª edição do Festival acontecerá de 05 a 15 de fevereiro.