FILME ESPANHOL ABRE BERLINALE
     
 

PUBLICADA EM 05.02.15

Carlos Augusto Brandão

Com uma multidão que já toma conta da cidade, o Festival de Berlim dá início hoje à noite à sua 65ª edição com a exibição de Nadie Quiere la Noche, de Isabel Coixet.

É a primeira vez que um (a) cineasta da Espanha tem a primazia de abrir o evento.
 
Seu novo trabalho  – mostrado numa  prévia para a imprensa – é uma história de aventura, descoberta e sobrevivência. O elenco inclui estrelas internacionais como a francesa Juliette Binoche,  a atriz japonesa Rinko Kikuchi e o irlandês Gabriel Byrne.
 
O filme segue Josephine Peary (Binoche), que, em 1908 vai de Boston à Groenlândia, à procura de  seu marido, o explorador Robert Peary.
 
A trama narra a jornada épica dessa mulher para os lugares mais inóspitos da terra, suas aventuras e seu encontro com a jovem esquimó Inuit Allaka (Kikuchi) que vai mudar seus princípios sobre a vida e o mundo.
 
Coixet é habitue da  Berlinale, onde já apresentou seis filmes incluindo Minha Vida sem Mim (2003) e Fatal (2008).  Em 2009, ela foi membro do júri na mostra competitiva.
 
Na concorrida coletiva com os jornalistas, que se seguiu à projeção, Coixet, acompanhada dos atores, disse que a motivação para fazer o filme foi algo que não conseguiu evitar.
 
“A primeira vez que li o roteiro pensei de imediato que não tinha ideia como faria o filme, mas precisava fazê-lo.  É uma impactante e misteriosa história baseada em personagens reais que me deixou totalmente fascinada.  Além disso, amo os desafios e apesar de ter sido necessário superar muitos obstáculos, não lamento nada”, afirmou a diretora, discorrendo sobre dificuldades nas filmagens. 
        
“Não era fácil ir à locação todos os dias, nós tínhamos que viajar mais de uma hora de trenó, com 15 graus abaixo de zero e, muitas vezes, no meio de uma tempestade de neve. Mas, ao mesmo tempo, foi fascinante porque, quanto mais difícil, mais eu gosto”, afirmou Coixet com muitos elogios para a equipe da Bulgária, uma das locações do filme.
        
“Os técnicos  são muito competentes, ajudaram bastante e eu gostaria muito de voltar lá”, ressaltou.
 
Binoche, por sua vez, destacou a necessidade de humanizar a personagem.
 
“Eu mudei a personagem de uma mulher auto suficiente e dominadora para uma pessoa mais humana”, disse a atriz, complementando que a relação no filme é evolucionista, mas o interessante é a mudança dos sentimentos ao longo da história.
 
 
Júri Oficial
 
Na parte da manhã,  Darren Aronofsky,   Presidente do Júri da mostra oficial, participou de uma coletiva com a imprensa.
 
Antes, apresentou seu júri que, numa composição bem diversificada, é formado pelo ator alemão Daniel Brühl, o diretor sul coreano Bong Joon-ho, a produtora americana Martha De Laurentiis, a atriz francesa Andrey Tautou, o produtor americano Matthew Weiner e a diretora peruana Claudia Llosa, que ganhou o Urso de Ouro em 2009 com A Teta Assustada.
 
Aronofsky  ressaltou  que estava honrado com o convite e bastante ansioso para ver os últimos filmes dos excelentes diretores que concorrem na Berlinale.
 
“Ser jurado em Berlim  é uma experiência fascinante para qualquer realizador”, afirmou Aronofsky, que ganhou o Leão de Ouro em Veneza / 2008 com O Lutador e foi indicado ao Oscar em 2011 com O Cisne Negro. 
 

     
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