LÍRIO FERREIRA FALA DO SEU FILME QUE ABRIU A PANORAMA
     
 

PUBLICADA EM 06.02.15

Myrna Silveira Brandão

A Panorama que está completando 36 anos, é destinada a filmes de cunho social e qualidade artística, tanto em ficção quanto em documentários.

 
Assim participar da Mostra já é um feito.  Lírio Ferreira foi mais além.  Sangue Azul, seu novo filme abriu a Panorama ontem à noite numa sessão de gala no CinemaX7, uma das cadeias emblemáticas da Berlinale.
 
Wieland Speck, programador da Panorama, chamou  Ferreira ao palco, lembrando que o filme estava sendo mostrado em quatro sessões simultâneas.
 
“É uma grande responsabilidade abrir uma mostra com o prestígio da Panorama e num festival com o porte de Berlim. Agradeço a todos que tornaram esse sonho possível”, declarou emocionado o diretor.
 
Premiado no último Festival do Rio com o Redentor de melhor filme, a história se desenvolve narrando como há 20 anos, numa ilha vulcânica e paradisíaca, um menino de 10 anos foi separado de sua irmã. 
 
A mãe, temerosa que uma atração incestuosa se desenvolvesse entre os dois, mandou seu filho para o continente com Kaleb, o ilusionista do Circo Netuno, que estava passando pela ilha. 
 
No continente, Kaleb instruiu o menino nas artes do circo e do espírito e ele se  tornou Zolah, o Homem Bala.  Zolah agora está de volta à ilha com o circo.
 
O filme – que  faz um  paralelo entre cinema e circo para falar de mar, arte e amor – foi muito aplaudido ao final da projeção, seguida de um Q&A com o público.
 
Ferreira conversou com o Mccinema  sobre o filme e a importância desta seleção no festival.
 
Qual a origem do filme?
 
“Eu sempre tive um interesse muito grande de saber como o ser humano se comporta diante da geografia que o circunda, seja na alteridade, seja na natureza.  A partir do momento em que a história me conduzia ao encontro dos personagens que brotavam daquele território vulcânico, eu percebia que não tinha mais volta.  Como diz Kaleb (ilusionista do circo) –  só o risco e a dúvida me colocam em movimento”. 
 
Seus filmes tem sempre uma grande identidade com os espectadores? Qual resposta espera do público da Berlinale?
 
“Que o filme de alguma maneira dialogue com o público do festival.  Será a primeira exibição fora do Brasil e, quando a gente faz um filme, deseja que ele consiga atingir o maior número de espectadores, que viaje para inúmeros lugares, que encontre o seu público e que, após as sessões, a gente possa ter o retorno e saber de que jeito o filme chegou para eles”.   
 
O que representará para o filme a seleção para a Berlinale?
 
“É uma honra muito grande para a equipe e para o elenco do filme fazer a estreia internacional aqui, sobretudo, abrindo a Mostra Panorama.  Acredito que essa colocação trará ao filme uma visibilidade muito importante para que as pessoas possam mergulhar na nossa história com a mente e o coração abertos”. 

     
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