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PUBLICADA EM 06.02.15
Carlos Augusto Brandão
The Queen of the Desert, de Werner Herzog, foi o destaque hoje da mostra oficial do Festival de Berlim.
O filme – que tem um elenco de peso incluindo, entre outros, Nicole Kidman, James Franco, Robert Pattinson e Damian Lewis – é um épico que conta a história de Gertrude Bell (1868-1926), escritora, arqueóloga, espiã e exploradora inglesa conhecida como “A Rainha do Deserto”.
A ela é creditado o feito de ter estabilizado e formado a sociedade iraquiana após o esfacelamento do Império Otomano (1299-1923), criando a dinastia de reis que governaria o novo país.
Na coletiva após a projeção, Herzog, acompanhado de Kidman, Franco e Lewis, falou sobre o filme e seu método de trabalho.
“Um amigo me aconselhou a ir ao Oriente Médio conhecer a história de Gertrud Bell, uma história fantástica, sobre uma mulher fantástica que viveu numa época politicamente complicada”, contou, explicando como é o seu trabalho com os atores.
“Eu procuro criar o ambiente para que eles estejam sempre no seu melhor. Eu realmente cuido do elenco, não explico muito, mas eles se sentem seguros e entendem o tipo da dinâmica que eu crio”, afirmou o diretor, acrescentando que, desde o início, Kidman era sua opção para ser a protagonista.
“Ela é ótima e atuou exatamente como eu esperava”, resumiu contando que escolheu Pattinson porque precisava de um ator que parecesse, ao mesmo tempo, um garoto de escola e um homem muito esperto.
“Ele correspondeu plenamente e está ótimo no papel. É um homem esperto e a voz é quase natural”, elogiou.
Kidman contou que precisou se preparar previamente para viver Gertrude e, para isso, sentiu necessidade de fazer uma profunda pesquisa.
“O papel foi um esforço enorme, era um grande desafio interpretar uma mulher que definiu as fronteiras que existem hoje entre o Iraque e a Jordânia, fronteiras que ela negociou entre Churchill e diferentes líderes árabes”, detalhou a atriz, com muitos elogios para Herzog.
“Ele constrói um ambiente único que eu chamo o mundo de Werner”, elogiou Kidman lembrando que quando ele a convidou, ela apenas perguntou se poderia levar suas crianças, no que ele prontamente concordou.
Herzog revelou que estava feliz em retratar, neste seu novo filme, uma mulher como Gertrude.
“Após Fitzcarraldo , Kasper Hauser e Aguirre, foi muito bom finalmente poder fazer um personagem feminino protagonista no meu filme”, ressaltou o diretor de 71 anos, que já é um veterano no festival.
Além de ter presidido o júri em 2010 na edição comemorativa dos sessenta anos da Berlinale, ganhou em 1968 o Urso de Prata com Sinais de vida; em 1979 foi indicado ao Urso de Ouro com Nosferatu – O Vampiro da Noite e em 2011 apresentou A Caverna dos Sonhos Esquecidos, que marcou sua estreia na tecnologia 3D – apenas para lembrar algumas de suas passagens por aqui.
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