|
PUBLICADA EM 07.02.15
Carlos Augusto Brandão
"45 Years", do britânico Andrew Haigh foi calorosamente aplaudido tanto na prévia para a imprensa quanto na sessão de público no Palácio dos Festivais.
Imaginem a seguinte situação: Kate Mercer está preparando uma grande festa para comemorar o 45º ano do seu casamento. Cinco dias antes, chega uma carta informando que o corpo da primeira amante do seu marido foi encontrado congelado e perfeitamente preservado em uma geleira nos Alpes suíços.
Esse é mote do filme que concorre ao Urso de Ouro nesta 65ª edição do Festival de Berlim.
A chegada da carta obviamente cria um estado de espírito completamente diferente daquele que existia para o aniversário de casamento. A notícia muda completamente os planos para a festa e também para a vida de ambos, que nunca mais será a mesma.
A inglesa Charlotte Rampling, de 69 anos e Tom Courtenay, de 77, vivem os protagonistas e tem um ótimo desempenho expressando toda a angústia da mudança de um relacionamento após anos de convivência.
Na sessão de gala à noite, a ovação foi tanta que o casal de atores começou a dançar no palco, provocando mais aplausos do público que lotava o imenso cinema do festival.
A história foi adaptada por Haigh a partir de um conto do poeta britânico David Constantine.
Muitas vezes a sinopse é insuficiente quando se constata o conteúdo de um filme. Isso é válido para os filmes de Haigh já desde “Weekend”, um dos seus melhores trabalhos, sobre o relacionamento romântico entre dois homens num final de semana.
Este agora pode ser um candidato a ser considerado para o prêmio máximo da Berlinale e, com grandes chances, de troféus para Rampling e Courtenay.
|