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PUBLICADA EM 09.02.15
Carlos Augusto Brandão
As We Were Dreaming, do diretor alemão Andreas Dresen, que está na mostra oficial do Festival de Berlim, foi bem recebido na prévia para a imprensa.
Embora ainda pouco divulgado fora da Europa, não há outro diretor na Alemanha que tenha se debruçado tão intensamente sobre o dia a dia e histórias comuns como ele.
Foi assim com Stopped on Track em que fala da morte e despedida; em Entre Casais, que lhe deu o Urso de Prata de melhor diretor; em Silent Country sobre a queda do Muro de Berlim; e agora neste seu novo filme, que é baseado na obra homônima do escritor Clemens Meyer e roteirizado pelo ótimo Wolfgang Kohlhaase, que em 2010 ganhou um Urso honorário pelo conjunto da obra.
A história segue um grupo de amigos de Leipzig logo após a queda do muro de Berlim e a forma como a amizade destes é posta à prova devido às drogas, ciúmes, falsos sonhos e traições.
Dresen nasceu em 1963 em Gera. No início dos anos 80 começou a trabalhar no teatro e fazer curtas-metragens. Em 1989, estudante de cinema jovem em Berlim, decidiu ir para Paris e, desde então tem se dedicado ao cinema.
Confira os principais momentos da entrevista após a projeção, quando Dresen falou sobre o filme e o viés que imprime à sua obra.
Sobre a origem de As we were Dreaming.
“A origem deste é a mesma de todos os meus filmes. O cinema é lugar para temas existenciais e para as coisas essenciais da vida”.
Sobre o olhar afetivo que costuma ter com os personagens.
“Bom saber que eles transmitem isso. Mas não é preciso necessariamente gostar dos personagens, mas é importante pelo menos poder entendê-los um pouco e passar isso para o público”.
Sobre o aspecto global de sua obra, embora retratando as mudanças que observa em seu País.
“O Centro do Mundo pode ser praticamente qualquer lugar que você queira que ele seja”.
Sobre a receptividade que espera para As we were Dreaming?
“Acho que filmes sobre a vida em todos os seus aspectos: solidão, casamento e perdas, são assuntos com os quais as pessoas de todas as gerações se identificam e não deixa de refletir as preocupações que as afligem. De modo geral, eles são sempre bem recebidos e espero que assim aconteça com este”.
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