PUBLICADA EM 13.02.15

Carlos Augusto Brandão

O Festival de Berlim anunciará amanhã à noite, os vencedores dos Ursos de Ouro e Prata, cujo júri é presidido pelo cineasta americano Darren Aronofsky.

Embora considerando que premiações sempre podem trazer surpresas, alguns títulos lideram  a bolsa de apostas para os cobiçados troféus.
 
Até o fechamento desta edição, os três que mais agradaram ao público e à crítica foram:  
 
45 Years, do britânico Andrew Haigh sobre um casal que está preparando a  festa de aniversário de casamento quando a chegada de uma carta altera completamente o relacionamento entre os dois;   Vergine Giurata, de Laura Bispuri, cujo viés humano e político ganhou os aplausos da crítica; e o engajado  El Club, do chileno Pablo Larrain, sobre um grupo de sacerdotes confinados numa casa.
 
Embora dividindo opiniões, também despertou atenção  Knight of Cups, do enigmático Terrence Malick sobre um homem viciado em sucesso e infeliz com o vazio de sua vida.  Está longe de ser o melhor dos seus filmes – e também não é  o destaque entre os favoritos   –  mas é sempre um Malick....
 
Outro  bem cotado é Ixcanul Volcano, de Jayro Bustamante, debut da Guatemala numa competição em Berlim.  A história de uma jovem maia de 17 anos em busca de uma vida melhor emocionou e tem chances de ser premiado.
 
Correndo por fora, não pode  deixar de ser considerado Taxi,  de Jafar Panahi. 
 
Delicado, bonito e poético, pode não ser  um dos melhores entre os cotados, mas há um aspecto político forte na questão.  Desde 2011, a Berlinale vem liderando uma série de protestos em prol da liberdade de expressão e física do cineasta, proibido de sair do Irã e de filmar.   Isso pode, sem dúvida, influir nos jurados.
 
Para melhor atriz e ator,  os grandes favoritos são a inglesa Charlotte Rampling, de 69 anos  e Tom Courtenay, de 77, que vivem o casal de 45 Years.
 
Outra atriz cotada é Alba Rohrwacher, que está ótima em Vergine Giurata.
 
Também está sendo comentada  Maria Mercedes Coroy, no papel principal de Ixcanul Volcano.   Igualmente com chances está Maria Telón, que interpreta a mãe da protagonista e emocionou a todos pela sua humilde simplicidade na coletiva de imprensa.
 
O Brasil está no páreo para o Urso de Ouro de melhor curta-metragem com Mar de Fogo, de Joel Pizzini, um filme-ensaio experimental sobre as pulsões inventivas de Mário Peixoto, autor de Limite (1930).  Embora o teor hermético da obra de Pizzini, o filme foi bem recebido na sessão dedicada aos curtas-metragens.
 
No mais é aguardar, já que cabeça de júri sempre pode escolher um azarão.