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PUBLICADA EM 13.02.15
Myrna Silveira Brandão
Body, de Malgorzata Szumowska, é o representante da Polônia na disputa do Urso de Ouro desta edição da Berlinale.
O filme foi bem recebido na prévia para a imprensa, seguida de uma coletiva com a diretora que retorna à Berlinale onde ganhou em 2011 o Teddy Award com In the Name of.
Em sua obra, Szumowska tem mantido o foco em personagens complexos e críveis e em assuntos sensíveis de fundo social : hipocrisia religiosa, persistência da homofobia das comunidades conservadoras e até a ocasional condescendência de poloneses de mente liberal.
A história de Body segue um investigador da polícia, dividido entre sua profissão e o drama de uma filha anoréxica.
Ele tem 65 anos, sua mulher morreu num acidente de carro e ele passa a maior do tempo no trabalho. Sua vida é solitária, sua filha está doente há vários anos e ele a mantém num hospital psiquiátrico, onde trabalha Anna, uma terapeuta de 44 anos e sua única amiga. Por tudo isso, teme um dia não ter ninguém para cuidar dele, como vê casos todos os dias no seu trabalho.
Body é o sexto longa-metragem de Szumowska e – como In the Name Of – é um retorno às suas raízes após trabalhar em Paris com Elles, no qual Juliette Binoche faz o papel de uma jornalista que faz reportagens com prostitutas.
Mas o tema recorrente da diretora se aplica tanto ao trabalho com estrelas famosas e filmagens internacionais, quanto nesse seu novo projeto, mais restrito à Polônia sobre homens e mulheres solitários e suas relações tanto físicas quanto espirituais.
“Cada personagem luta com seu corpo e com tudo na católica Polônia, tentando reconciliar suas coisas com o “corpo de Cristo”, explica Szumovska, sobre esse seu projeto mais intimista.
“A cada filme, vou encontrando coisas novas. Além disso, o sucesso de Elles no circuito de festivais, me deixou mais confortável em trabalhar agora com um orçamento pequeno, de menos de um milhão de euros, com um elenco polonês e recursos locais”, contou.
O orçamento limitado, contudo, foi complementado por patrocínios do seu país e parcerias.
“O filme foi apoiado pelo Instituto Polonês do Filme e pela HBO. Isso possibilita que a gente possa fazer o que quer, as pessoas dão liberdade”, reconheceu a diretora de 42 anos, nascida na Cracóvia e um nome bastante promissor do novo cinema polonês.
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