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PUBLICADA EM 15.0915
Myrna Silveira Brandão
O Festival de Cinema de Nova York dá início, na próxima terça feira (15), às sessões de imprensa de sua 53ª edição. As sessões para o público acontecem entre 26.09 e 12.10.
Ao fazer o anúncio, Kent Jones, diretor do NYFF, lembrou a diversidade e a qualidade da programação.
“Eu quero destacar a abrangência geográfica dos filmes desta seleção e a sensibilidade artística de seus realizadores. Há muitos pontos em comum entre os vários trabalhos, mas o que realmente importa é a beleza uniforme e vital de cada um desses filmes”, ressaltou Jones.
No programa principal, o evento mais uma vez apresentará uma mostra bastante abrangente, com 26 filmes de vários países, abrindo espaço para diversas cinematografias e diferentes estilos de expressão.
O destaque brasileiro é “Jia Zhang-ke, Um Homem de Fenyang”, de Walter Salles, que será mostrado na “Spotlight on Documentary”.
O filme – que foi exibido na Panorama do Festival de Berlim deste ano – retrata a vida e o processo criativo de Jia Zhang-ke e é resultado de filmagens realizadas em Beijing e no norte da China, onde o cineasta nasceu e realizou seus primeiros trabalhos.
Zhang-ke também integra a programação do NYFF com seu último trabalho “Mountains may Depart”, que trata do seu tema recorrente ligado a questões relacionadas com a China contemporânea.
“The Walk”, o aguardado novo trabalho de Robert Zemeckis, história real de Philippe Petit, que em 1974 atravessou, numa corda, o espaço entre as Torres Gêmeas, será o filme de abertura.
A tradicional “Center Piece”, destaque para um trabalho criativo e inovador deste ano, é o filme “Steve Jobs”, de Danny Boyle, sobre o ícone da revolução digital.
“Miles Ahead”, estreia em longas do ator Don Cheadle, sobre o lendário músico trompetista Miles Davis e que também terá seu lançamento no NYFF, é o filme de encerramento.
A programação inclui vários títulos que foram premiados em Cannes: “Carol”, de Todd Haynes, melhor atriz para Rooney Mara; “La Loi du Marché”, de Stéphane Brizé, melhor ator para Vincent Lindon; “The Lobster”, de Yorgos Lanthimos, Prêmio do Júri; “Cemetery of Splendour”, do tailandês Apichatpong Weerasethakul, melhor filme de Un Certain Regard; “As Mil e uma Noites”, do português Miguel Gomes, prêmio da FIPRESCI de melhor filme na Semana dos Realizadores; e “O Assassino”, de Hou Hsiao-hsien, vencedor da Palma de melhor diretor.
São ainda aguardados com grande expectativa: “Right Now, Wrong Then, de Hong Sang-soo”, Leopardo de Ouro em Locarno; “Where to Invade Next”, de Michael Moore, com mais uma ácida crítica aos EUA, desta vez sobre sua política intervencionista de guerra sem fim; e a première mundial de “Bridge of Spies”, de Steven Spielberg, estrelando Tom Hanks e Mark Rylance numa história sobre a guerra fria passada em 1962.
A Mostra Revivals, que está em sua terceira edição, apresentará clássicos recém-restaurados, além da exibição de “Visita, ou Memórias e Confissões”, realizado por Manoel de Oliveira em 1982, mas que conforme instruções do diretor português, somente poderia ser exibido após sua morte. Como é sabido, o cineasta faleceu aos 106 anos em abril último.
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