NO MUNDO DO INCONSCIENTE
     
 

30.09.13

Myrna Silveira Brandão

Kurosawa mostra seu filme no NYFF, também na programação do Festival do Rio

Nova York  

O diretor Kiyoshi Kurosawa foi responsável por aumentar o prestígio dos filmes de horror e mistério no cinema japonês desde que realizou Cure em 1997.

Em 2008, ele esteve no Festival de Nova York com Tokyo Sonata, uma comédia dramática sobre o desemprego,  bem diferente dos seus trabalhos anteriores e que, na ocasião, ganhou o prêmio da mostra Um Certo Olhar em Cannes.

Ontem, Kurosawa voltou a surpreender com Real, seu novo trabalho – na sessão prévia para a imprensa da 51ª edição do NYFF – um filme difícil de classificar, misto de ficção científica, drama e terror.

Real também está sendo mostrado no Festival do Rio (26.09 a 10.10).

Baseado no livro A Perfect Day for a Plesiosaur,  de Rokurô Inui, o filme é sobre uma desenhista de história em quadrinhos, (Haruka Ayase) que está em coma, provavelmente devido uma tentativa de suicídio. Em um procedimento médico experimental, seu marido (Takeru Satô) entra no  inconsciente dela na tentativa de acordá-la.  Mas quando uma psique se funde com a outra, o resultado pode ser preocupante. 

Kurosawa conta que houve muitas mudanças na transposição do livro para o filme, mas que a ideia de fazer isso  não foi apenas sua.

“Ela surgiu quando estávamos discutindo a história com os produtores. Nós alteramos cerca de 70% da obra. Os restantes 30% são do núcleo do livro, ou o espírito do romance original. Ficamos muito felizes  porque o autor reconheceu que este é um filme que precisaria ter mudanças na adaptação e nos deu sua bênção para isso. Somos muito gratos a ele pela compreensão”.

Real tem muitas vertentes:  é um conto de mistério, é ficção científica, é uma história de amor. Kurosawa diz que foi difícil realizá-lo e algumas sequências se tornaram um verdadeiro desafio.

“Neste filme tudo foi complicado, houve realmente muitas dificuldades, mas se eu tivesse que escolher a pior delas seria no reino do subconsciente. Era como estar em um sonho e como em sonhos você pode fazer qualquer coisa já que tudo é possível, eu tinha que fazer seleções e foi muito difícil fazê-las”, conta revelando a principal inspiração para o filme.

“Eu queria fazer um filme divertido, mas mantendo o seu sentido de mistério. Os produtores conseguiram reunir um elenco e equipe das melhores pessoas no Japão e eu sabia que seria capaz de confiar neles. Acho que este filme é diferente de qualquer outro que eu já fiz e acredito que seja verdadeiramente único. Isso tudo me levou a fazê-lo”, diz  com muitos elogios para Takeru.

“Eu gostaria de agradecer acima de tudo, ao meu jovem protagonista, eu fiquei muito satisfeito com a forma como seu talento fez deste enredo complicado uma verdadeira história de amor”, afirma.

     
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