A VIDA COMO ELA É
     
 

PUBLICADA EM 26.09.15

Carlos Augusto Brandão

A cidade de Nova York está totalmente envolvida com a visita do Papa Francisco: muitas ruas fechadas, multidões nos locais onde ele irá passar e policiamento ostensivo.

Até o Festival de Nova York, que tradicionalmente abre para o público numa sexta feira  transferiu sua abertura para hoje.
 
As sessões prévias para a imprensa, no entanto, continuaram normalmente e hoje o grande destaque foi “Mia Madre”, de Nanni Moretti.
 
“Mia Madre”, que é autobiográfico, conta a crise emocional vivida por Margherita (Margherita Buy), uma cineasta, cuja mãe (Giulia Lazzarini, mito do teatro europeu),  está à beira da morte.
Margherita está no processo de filmagem de um longa-metragem politizado sobre conflitos entre operários e donos de fábrica.
 
Na verdade, ela é uma espécie de alter ego de Moretti, que se inspirou na morte da própria mãe para fazer o filme. Embora, em muitos momentos, com sequências bem humoradas,  “Mia Madre” levou alguns espectadores às lágrimas.
 
Moretti interpreta Giovanni, o irmão de Margherita,  e o  ator americano John Turturro  tem uma atuação impagável no papel de um canastrão no longa que ela está realizando. 
 
O diretor italiano foi muito aplaudido na sua volta ao NYFF, onde “O Quarto do Filho”, um dos seus filmes mais celebrados, fez muito sucesso em 2001. 
 
Leia as declarações de Moretti na coletiva após a projeção sobe o filme e o viés que imprime aos seus filmes.
 
Sobre a opção de misturar comédia e drama numa mesma história
 
“Meus filmes sempre tiveram esses dois aspectos, com momentos de dor e outros divertidos. Mas não se trata propriamente de uma estratégia, é apenas uma maneira de contar a vida das pessoas”.
 
Sobre Giovanni ser seu alter ego
 
“O personagem tem muito a ver comigo, mas não tudo. Giovanni talvez seja a pessoa que eu gostaria de ser. Esse é um filme com muito de mim em suas várias camadas, que tentam representar a vida tal como ela é: com momentos dolorosos e momentos de alegria”.
 
Sobre a abordagem de fatos de sua própria vida
 
“Na verdade, não faço filmes somente sobre a minha vida, mas sobre os sentimentos que estão
aflorando em determinado momento”.
 
Sobre a receptividade que espera do público
 
“Como espectador eu gosto de um filme quando, após vê-lo, o levo comigo e continuo pensando nele.  Espero o mesmo do público”.
 

     
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