AMOR E MORAL
     
 

05.10.13

Myrna Silveira Brandão

James Gray fala do seu novo filme no NYFF

Nova York

O diretor americano James Gray, embora bem sucedido em filmes como Fuga para Odessa (1994) e Amantes (2008), é  um cineasta mais voltado para o lado cult, já que seus filmes são considerados difíceis e nem sempre agradam à maioria dos espectadores.

Foi o que aconteceu com seu novo trabalho, The Immigrant, na sessão prévia para a imprensa da  51ª edição do Festival de Nova York. 

Escrito com o  roteirista Richard Menello – seu parceiro também em Amantes – o filme é uma ambiciosa história de amor e moral passada no início da década de 1920.

A história segue Eva (Marion Cottilard) uma polonesa que, no começo do século passado, vai para Nova York com a irmã. Em Eliss Island, porto de entrada no EUA,  elas são separadas. A irmã tem tuberculose e vai para a enfermaria do serviço de Imigração. Eva, desqualificada por conduta indecorosa no navio, é enviada para a fila de deportação.

Para não ser deportada e conseguir dinheiro para retirar a irmã da quarentena, ela acaba se envolvendo com Bruno, um cafetão / contrabandista (Joaquim Phoenix), que a leva à prostituição. É formado um triângulo quando entra em cena o mágico Orlando (Jeremy Renner)  primo de Bruno.

The Immigrant não é o melhor filme de Gray, mas tem qualidades: belas cenas, um convincente trabalho de ambientação e recriação de época e a excelente fotografia do iraniano Darius Khondji (Amor).

Para a coletiva após a projeção, acompanhado de Joaquin Phenix, Gray falou sobre o filme, as dificuldades da filmagem e como convive com as críticas. Leia os principais trechos:

Por que um filme sobre a imigração e na Ilha Ellis?

“A Ilha Ellis foi o local aonde os imigrantes chegaram entre 1920 e 1924.  Pelo menos 40% da população local, tem um membro de sua família que chegou ali naquela época. Quis abordar o tema porque sou a favor da imigração.  Acho que ela enriquece a sociedade, vitaliza a cultura e torna tudo versátil e dinâmico”. 

Houve dificuldades para filmar na Ilha?

“Sim, foi muito difícil.  O local é uma atração turística, com um museu aberto durante todo o ano. Filmávamos à noite, com enormes gruas de luz no set.  Se eu tivesse sabido disso antes, eu certamente não teria filmado lá”.

Phenix era sua primeira opção para viver o personagem?

“Grande parte de nossas vidas nós passamos envolvidos com os atores.  Com alguns deles constatamos que temos o mesmo sentimento sobre a vida, arte, comportamento humano, valores e daí em diante.  No nosso primeiro filme juntos, Phenix me mostrou que tem uma ampla gama  de emoções para oferecer”

Pretende continuar fiel ao seu universo independente e de cinema de autor? 

“Sim, pretendo. Posso dizer com orgulho que nunca fiz nenhum trabalho pensando em dinheiro. Posso errar ou acertar, mas nunca me vendi”.

     
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