SALLES MOSTRA SEU NOVO FILME NO NYFF E CONVERSA COM A PLATEIA
     
 

PUBLICADA EM 02.10.15

Carlos Augusto Brandão

O cineasta chinês Jia Zhang-ke e o brasileiro Walter Salles estão aqui em Nova York. O primeiro para apresentar “Mountains May Depart”, que integra a Mostra Principal do NYFF.

Salles, por sua vez,  para acompanhar as sessões de “Jia Zhang-ke, um Homem de Fenyang”, documentário que ele realizou sobre o cineasta e que está sendo exibido  na mostra paralela Spotlight on Documentary do evento.
 
Mostrado numa sessão de gala, o filme de Salles foi recebido com calorosos aplausos.  
 
Para realizar o documentário, ele se deixa conduzir por Zhang-ke: visita a  casa onde ele morou em Fenyang, no norte da China; é apresentado a  atores, parentes e amigos de infância do diretor; e  retorna aos locais onde o diretor chinês rodou seus longas-metragens.
 
Zhang-ke é conhecido por focar seus filmes nas transformações da China, como pode ser visto em filmes como “Xiao Wu”, “Plataforma”, “O Mundo”, “24 City”, “Em Busca da Vida” e “Um Toque de Pecado”.
 
Mas o filme de Salles  traz à tona fatos, acontecimentos e memórias, a maioria inéditos, que nos levam a conhecer  um pouco mais sobre Zhang-ke,  através de uma série de excelentes transições entre os depoimentos do cineasta e as cenas de seus filmes. Em alguns momentos vemos o mesmo ambiente nos longas e na atualidade.
 
Além das  duas sessões programadas com o filme, o diretor brasileiro participou na noite de ontem (01.10) de um evento aberto ao público, na programação do festival denominado  Diálogos com os Diretores. 
 
Moderado por Michael Gibbons, um dos coordenadores do Festival – e com a presença de muitos brasileiros –  Salles falou sobre sua carreira, seus filmes e a motivação para realizar Um Homem de Fenyang.
 
Ao final  conversou com o MCCINEMA  sobre o significado desta seleção para o NYFF e a receptividade que espera do público americano.
 
“É uma honra participar deste festival, não só pela qualidade de sua seleção, mas também pelo diálogo que ele possibilita com o público”, ressaltou o diretor, visivelmente satisfeito com a repercussão que o seu filme está tendo.
 
“Como tenho dito, o  ponto de partida do filme foi meu desejo de entender melhor a obra de alguém que eu admirava.  Cada novo filme dele reforça a sensação de que ele se tornou o cineasta chinês que melhor traduz o nosso tempo.  Espero que o documentário contribua para que os espectadores daqui tenham essa mesma percepção”, destacou.
 
“Um Homem de Fenyang”  foi exibido na paralela Panorama do Festival de Berlim deste ano,  após ter estreado em première mundial na Mostra Internacional de São Paulo. Em  setembro último, entrou em cartaz no circuito brasileiro.
 

     
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