A CRÍTICA DE MICHAEL MOORE
     
 

PUBLICADA EM 02.10.15

Myrna Silveira Brandão

Where To Invade Next, de Michael Moore, foi mostrado ontem numa lotadíssima prévia para a imprensa da 53ª edição do Festival de Nova York.

Vencedor do Oscar e da Palma de Ouro e conhecido como um ferrenho crítico da era Bush e das mazelas da sociedade americana, Moore é diretor de documentários controvertidos como Tiros em Columbine (2002), sobre a cultura das armas e a tragédia em Columbine; o impactante Fahrenheit 11 de setembro (2004), questionando as ligações do governo Bush com a tragédia do WTC; e Sicko $O$ Saúde (2007), um filme em tom de denúncia sobre seríssimos problemas de saúde pública.
 
Na verdade, esse tom acontece desde Roger Me – seu filme de estreia mostrado aqui na edição 1989 – que tornou Moore conhecido internacionalmente como um dos maiores antagonistas da política capitalista e intervencionista dos Estados Unidos.
 
Ele agora está de volta com mais uma crítica, desta vez, sobre a obsessão de os Estados Unidos estarem sempre criando inimigos para alavancar a indústria militar.
 
Após seis anos longe dos holofotes, Where To Invade Next é seu primeiro trabalho desde Capitalismo: uma História de Amor, sobre a crise financeira global, mostrado aqui no NYFF em 2009.
 
Na coletiva após a projeção, Moore, com sua verve ferina e conhecida ironia, falou sobre a origem do filme e as razões do seu tom crítico.
 
“O problema de os Estados Unidos estarem envolvidos em guerras infinitas preocupa-me já há algum tempo. Parece que há sempre uma ameaça constante de termos um inimigo”, ressaltou.
 
Moore disse que o tom de sátira não foi intencional, mas ele tem todo o sentido na trama.
 
“É algo que me traz preocupação e dela provém o viés satírico do filme”, afirmou lembrando também a influência dos males do capitalismo em todo esse contexto. 
 
“São fatos correlatos. Como já foi objeto de um filme meu, ele beneficia os ricos e condena milhões de pessoas à pobreza”, ressaltou.  
 
Moore vinha mantendo seu filme em total sigilo, informando apenas que se tratava de um épico.
 
“É um filme de natureza épica, mas acima de tudo é sobre coisas que prejudicam milhões de pessoas, não só aqui, mas no mundo todo”, concluiu.   
 
Thom Powers,  curador da mostra de documentários do Festival de Toronto, onde o filme foi lançado, disse que Where To Invade Next é muito engraçado e atemporal. 
 
“Vai gerar uma grande repercussão e está entre os melhores trabalhos de Moore”, destacou. 
 

     
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