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PUBLICADA EM 21.01.16
Carlos Augusto Brandão
Other People, de Chris Kelly, abre hoje a mostra competitiva americana de drama, da 32ª edição do Festival de Sundance.
O filme segue David, um escritor de comédia, lutando para superar o rompimento recente com seu namorado, que se muda de Nova York para Sacramento para ajudar sua mãe doente.
Vivendo com seu pai conservador e suas irmãs muito mais jovens que ele, pela primeira vez em dez anos, ele se sente como um estranho em sua casa de infância.
Com o declínio da saúde de sua mãe, David tenta desesperadamente extrair algum significado dessa horrível experiência e convencer a todos (incluindo ele próprio) que está tudo bem.
O roteirista e diretor Chris Kelly tem uma incrível capacidade para capturar honestamente toda a gama de emoções que acontecem no cotidiano de uma família. Detalhes requintados de momentos mundanos impregnam o filme com uma rara visão de humor.
Kelly acredita que os problemas do dia a dia de pessoas comuns, se retratado com conhecimento e empatia suficientes, podem nos fazer rir e chorar tanto quanto dramas maiores.
O filme tem um ótimo elenco, com menções especiais para Molly Shannon e Jesse Plemmons como mãe e filho que riem – e choram – diante da morte.
Other People é um dos concorrentes ao prêmio de melhor filme dramático, o mais importante do festival, que será conhecido no dia 30.
Robert Redford fala dos princípios do Sundance e de diversidade
Robert Redford concedeu sua tradicional coletiva de imprensa falando sobre o cinema independente mundial e a importância do Sundance.
“Eu não sou contra o sistema de estúdio e felizmente faço parte disso. Eu iniciei o Sundance 32 anos atrás como uma alternativa de massa às bandeiras do sistema. As audiências vinham aqui a Utah para ver coisas que eles não podiam ver no mercado”, afirmou.
O diretor lembrou a importância dos documentários que tem um privilegiado espaço no festival.
“O Sundance é um lugar importante para eles serem lançados. Entre os títulos mais importantes deste ano estão “Under the Gun” sobre os direitos de portar armas nos Estados Unidos e Weiner, sobre a tentativa do Congressista de concorrer à prefeitura de Nova York”.
Perguntado sobre a polêmica do Oscar, cujas indicações só contemplam brancos, Redford preferiu falar sobre o tópico da diversidade.
“Diversidade vem da palavra independência. É uma palavra que eu procuro usar sempre na maior parte da minha vida”, ressaltou.
Sobre os desafios atuais para o mundo do cinema independente, disse que é duro para os filmes em geral. “Há ameaças à distribuição, há as copias, há os filmes online, o Netflix... O cinema independente sobrevive porque tem valor, mas é sempre duro”, destacou.
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