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PUBLICADA EM 17.02.16
Carlos Augusto Brandão
O cinema é pródigo em mostrar como vidas, aparentemente normais e tranquilas, podem mudar completamente diante do inesperado.
Isso é que acontece em “Maggie’s Plan”, de Rebecca Miller, destaque ontem das sessões de imprensa da Panorama na 66ª edição do Festival de Berlim.
Miller está de volta à Berlinale, onde esteve em 2005 com “A Balada de Jack e Rose”, também na Panorama, e em competição em 2009 com “The Private Lives os Pippa Lee”.
No seu quinto filme, a diretora americana vem se especializando nessa forma de abordar os conflitos existenciais e psicológicos dos seus personagens.
Assim foi com seus filmes anteriores como “A Vida Íntima de Pippa Lee”, quando um fato novo provoca uma drástica transformação numa pacata dona de casa e com “A Balada de Jack e Rose”, quando sentimentos reprimidos vêm à tona após uma inesperada descoberta de Jack.
Neste novo trabalho, a história é centrada na personagem título Maggie (Greta Gerwig num bom desempenho), uma administradora da New School, às vésperas de concretizar o seu plano: ter um bebê através de um doador.
Mas tudo muda quando ela conhece John (Ethan Hawke) um sensível e frustrado professor adjunto, que vive um infeliz casamento com a brilhante Georgette (Juliane Moore).
Maggie e o professor desabafam um para o outro suas queixas, trocam confidências e se apaixonam. E onde a maioria das comédias românticas costuma terminar, o filme de Miller está apenas começando.
A talentosa diretora conduz “Maggie’s Plan” com pulso firme e aproveita o tema para uma ácida crítica a valores da sociedade americana
Filha de Arthur Miller com a fotógrafa Inge Morath, Rebecca, de 54 anos, diz que para ela o dramaturgo era apenas um pai.
“Eu só penso nele como uma personalidade famosa e em luzes ou sombras que isso traria para minha carreira, quando sou questionada nas entrevistas”, revela.
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