GUIRAUDIE RETORNA AO TEMA DA SEXUALIDADE
     
 

PUBLICADA EM 26.09.16

Myrna Silveira Brandão

“Rester Vertical”, de Alain Guiraudie, é dos destaques da 54ª edição do Festival de Nova York.

O trabalho anterior do cineasta francês, “Um Estranho no Lago”  –  que ganhou o prêmio de melhor diretor da Mostra Un Certain Regard em Cannes e foi indicado a oito categorias do César – já tinha sido bastante aclamado na edição 2013 do NYFF.
 
A história do novo filme de Guiraudie segue Leo,  um roteirista de cinema (Damien Bonnard) que vai para uma cidadezinha no sul da França, em busca de inspiração para um novo projeto e se envolve com tipos misteriosos. Ele revela sua fascinação por outros homens, com quem eventualmente faz sexo e se envolve com uma camponesa, que lhe dá um filho.
 
Mais uma vez a natureza é quase um personagem. Se no anterior, havia elementos naturais como floresta, céu, água, terra, desta vez  são lobos que irrompem na paisagem rural.
 
Guiraudie diz que sexo é mais importante do que sexualidade. 
 
“Sexo é um mundo de prazeres, mas também pode ser uma fonte de sofrimentos e às vezes, é assustador.  É a origem do mundo e talvez o fim dele também”, ressalta o diretor que imprimiu um viés de conto de fadas à narrativa.
 
“Queria buscar algo entre a realidade e a lenda”, explica.
 
Desde 2001 com estreia de “Ce Vieux Rêve qui Bouge” (Este velho sonho que se movimenta, em tradução literal) – sobre as condições dos homossexuais no meio operário –  Guiraudie mostrou ser um diretor que veio para  remar contra as tendências.
 
Embora não seja muito conhecido a não ser por um grupo ainda pequeno de admiradores, é inegável que ele vem se tornando uma voz diferente no cinema europeu independente.
 
Seu novo filme é uma comprovação  do que acontece quando um realizador  se mantém fiel ao seu próprio chamado.
 

     
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