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PUBLICADA EM 25.01.17
Myrna Silveira Brandão
O diretor Michael Almereyda está de volta ao Sundance com um filme instigante.
Na edição 2014, ele participou do festival com “Experimentos”, sobre a experiência que o psicólogo social Stanley Milgram realizou em 1961.
“Marjorie Prime”, seu novo filme, que foi selecionado para a Mostra Première, teve sua sessão de gala no Eccles, o maior cinema de Park City.
O ótimo elenco inclui, entre outros, Tim Robbins, Geena Davis, Jon Hamm e Lois Smith, que interpreta a personagem título.
O longa-metragem – que pode ser classificado como ficção científica, comédia, drama ou mistério – é inspirado na peça homônima escrita por Jordan Harrison, que foi finalista do prêmio Politzer, em 2015, na categoria Drama.
A história, que se passa em um futuro próximo – um tempo de inteligência artificial – segue Marjorie, de 86 anos. Ela tem um novo companheiro bonito que se parece com seu marido falecido e está programado para trazer a história de sua vida de volta para ela. Isso é feito através de um serviço que recria pessoas mortas através de hologramas conhecidos como Primes.
À medida que as interações de Marjorie se aprofundam, a família começa a desenvolver histórias divergentes de suas vidas, atraídas pela chance de reconstruir o passado, muitas vezes doloroso.
Construído com os desempenhos excepcionais de um veterano elenco filmado com o ritmo íntimo da mortalidade, o filme acende uma luz em um canto muitas vezes obscurecido no mundo da inteligência artificial e suas interações com a morte.
Trazendo-nos fortemente para o futuro, o filme poético de Almereyda nos obriga a enfrentar a pergunta: se tivéssemos a oportunidade, como escolheríamos reconstruir o passado e o que nós decidiríamos esquecer?
O ator e diretor Tim Robbins é um habitue do Sundance, que em 1997 o homenageou com um tributo especial – o prêmio “Visão Independente”.
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