NO CORPO E NA ALMA
     
 

Publicada em 10.02.17

Carlos Augusto Brandão

“On Body and Soul” é o quinto filme de ficção de Ildikó Enyedi.

A diretora húngara ganhou a Câmera d’Or em Cannes em 1989 com “My 20th Century” e foi duas vezes indicada na competição em Veneza, em 1994 com “O Caçador Mágico” e em 1997 com “Tamas e Juli”.
 
Mas a cineasta  ainda é pouco conhecida do público brasileiro.  Seus filmes têm sido mais exibidos no circuito alternativo ou em mostras e retrospectivas.
 
Ultimamente mais dedicada à televisão, ela retorna agora à tela grande com “On Body and Soul”, mostrado ontem numa prévia para a imprensa nesta 67ª edição da Berlinale, onde concorre ao Urso de Ouro.
 
O filme é uma história de amor que começou literalmente em sonho. Dois jovens que não se conhecem têm sonhos exatamente iguais, e acabam se encontrando diariamente todas as noites em um mundo paralelo de fantasia.  Quando chega a hora de se encontrarem de verdade, a situação se mostra ainda mais complexa.
 
Na coletiva após a projeção, Enyedi disse que o filme procura mostrar o que pode acontecer se uma pessoa conhece alguém que sonha o mesmo que ela todas as noites.
 
“Para ser mais precisa, se esse alguém estava se encontrando com ela no mesmo mundo  durante anos. Será que ela ficaria satisfeita ou sentiria que tinha sido de alguma forma roubada?, questionou a diretora, nascida em Budapeste em 1955 e que já esteve na Berlinale duas vezes, em 1992 e 1994, mas como membro do júri.
 
A história onírica e incomum de “On Body and Soul” – baseando-se na dualidade entre dormir / despertar e mente / matéria, foi recebida com palmas. Mas é um filme que provoca reflexões e que talvez precise de um pouco mais de tempo para ser internalizado pelos espectadores.
 

     
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