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PUBLICADA EM 19.05.17
Carlos Augusto Brandão
Wonderstruck, de Todd Haynes, deu partida à mostra oficial da 70ª edição do Festival de Cannes.
O filme – um drama sobre trauma de infância e que narra tramas paralelas em Nova York – segue duas crianças de diferentes eras do século passado, que fogem em busca do consolo que não têm em casa e que acabam reunidas por causa de um livro misterioso.
É um retrato terno de um menino e de uma menina de épocas distintas. Suas duas partes são contadas em paralelo: uma é sobre uma garota solitária em 1927, a outra sobre um órfão em 1977. Ambos são surdos e a trama acompanha sua jornada por Nova York; ela à procura da mãe, ele, do pai.
Quando retrata a década de 1920, Haynes usa o preto e branco e referências do cinema mudo. Ao pular para os anos 1970, o filme ganha um filtro mais vibrante.
Qualquer espectador, vendo o filme, faz a pergunta de quando e como as histórias vão se cruzar. Mas elas se cruzam.
O diretor de títulos de época, como “Carol” (2015) e “Longe do Paraíso” (2002), diz que o passado o inspira.
“Ele me dá desculpas para recuar à história do cinema”, afirma o diretor, dando uma explicação por que as duas histórias estão no mesmo filme.
“O público sabe que existe uma relação e a ideia de que irá desvendar isso é o que prende a atenção”, explica.
O filme – que traz no elenco Michelle Williams e Julianne Moore – é uma adaptação do livro homônimo ilustrado de Brian Selznick, célebre autor do aclamado A Invenção de Hugo Cabret, história que foi levada às telas por Martin Scorsese.
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