DIA DA RÚSSIA EM CANNES
     
 

PUBLICADA EM 19.06.17

Myrna Silveira Brandão

“Loveless”, do russo Andrey Zvyagintsev, foi o destaque ontem da 70ª edição do Festival de Cannes.

O filme é sobre um menino de 12 anos,  que desaparece no auge da crise da separação dos pais e tem como pano de fundo um triste retrato da sociedade russa contemporânea.
 
Os pais recém-divorciados precisam ir atrás do filho sumido e se agridem aos berros e palavrões.  O thriller é carregado de crueza nas imagens, numa trama que não faz concessões.
 
O diretor se esquiva de comentar uma possível metáfora com a condição política na Rússia atual.
 
“Não queria que o filme fosse visto só pelo panorama político.  Minha compreensão é mais metafísica, é das relações em si”, ressalta.
 
Uma apreciação despolitizada de sua obra, no entanto,  é difícil. Seu engajado “Leviatã”, é uma sátira ácida contra a corrupção no país, que levou o Ministro da Cultura de Putin a dizer que não deveria ter sido financiado com dinheiro público.
 
Mas seu novo filme é uma coprodução com outros países da Europa e não tem qualquer recurso financeiro do governo.
 
 
No mercado
 
No setor de mercado do festival foi anunciado um projeto, já em pré-produção – “Fátima”, dirigido pelo italiano Marco Pontevorvo.  O filme dramatiza a trajetória das três crianças camponesas, que disseram ter visto por seis vezes a Virgem Maria entre maio e outubro de 1917, na cidade portuguesa do mesmo nome.  A atriz brasileira Sonia Braga está no elenco.
 

     
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