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PUBLICADA EM 20.05.17
Myrna Silveira Brandão
Jupiters Moon, do húngaro Kornél Mundruczó traz o tema que tem sido recorrente em muitos festivais: a crise dos refugiados na Europa.
O filme, mostrado ontem, é um dos integrantes na programação oficial desta 70ª edição do Festival de Cannes.
O novo trabalho do diretor de Deus Branco (2014) é uma parábola de fundo religioso sobre xenofobia.
O filme é centrado na figura de Aryan, imigrante sírio que, após ter sido abatido a tiros ao tentar entrar na Hungria, ressuscita e ascende aos céus para virar instrumento de redenção de um médico em desgraça.
“Não queríamos fazer um filme sobre refugiados, mas usar a crise atual como contexto para repensarmos nossa ideia de milagre”, explica o diretor que originalmente pensava em passar a trama no futuro combinando questões sociais com ficção científica, gênero que ele admira desde a juventude.
“Mas enquanto procurávamos financiamento, tudo isso virou realidade. Discutimos bastante sobre o fato de filmes sobre refugiados se tornarem comuns nos últimos tempos e eu prefiro me afastar das narrativas ideológicas da moda”, ressaltou.
O filme se insere na elogiada nova onda do cinema do país do Leste Europeu, que levou o principal prêmio do último Festival de Berlim (com “On Body and Soul”, de Ildikó Enyedi) e que revelou “O Filho de Saul”, de László Nemes.
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