CINEMA E PSICANÁLISE
     
 

PUBLICADA EM 27.05.17

Carlos Augusto Brandão

L’Amant Double (O Amante Duplo), de François Ozon, destaque ontem do Festival de Cannes, dividiu a plateia entre aplausos e vaias.

O thriller erótico do diretor francês – que concorre à Palma de Ouro –  segue Chloé,  (Marine Vacth) que está sofrendo com fortes dores. A médica, não encontrando nada que justifique o sofrimento de sua paciente, aconselha que ela procure um psicanalista.
 
Chloé começa a se tratar com Paul Meyer (Jérémie Renier) e acaba por se tornar sua amante. Vão morar juntos e, um dia mexendo em seus pertences, ela descobre que Paul esconde uma parte importante de sua identidade: ele tem um irmão gêmeo, Louis (também vivido por Renier), igualmente psicanalista, de quem há muito tempo se afastou.
 
Passando-se por uma paciente, ela se aproxima de Louis e logo se vê à mercê de métodos nada convencionais de tratamento. No desenvolvimento da trama, descobre os segredos sobre o passado dos dois irmãos.
 
O filme abre com o close de um exame ginecológico que rapidamente se funde com o olho da protagonista.
 
“Ao mostrar a cena estamos abrindo o jogo desde o início sobre o caminho que seguiremos que é descobrir o que acontece com o corpo e a mente dessa mulher”, explica o diretor, que se inspirou no livro “Lives of the Twins”, da americana Joyce Carol Oates.
 
Ozon revela que também reviu o filme “Gêmeos, mórbida semelhança” (1988), de David Cronenberg.
 
“A diferença é que no filme de Cronenberg, a história é contada do ponto de vista dos gêmeos; a minha é contada com foco na vítima deles”, explica o diretor de 50 anos.
 

     
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