RETORNO À BERLINALE
     
 

PUBLICADA EM 19.02.18

Myrna Silveira Brandão

Dez anos após ganhar o Urso de Ouro com “Tropa de Elite”, o diretor carioca regressa ao festival com “7 Days in Entebbe,

Selecionado nesta 68ª edição  para a mostra oficial hors-concours, o filme terá sua première mundial no dia 19.02, em sessão de gala, no suntuoso Palácio dos Festivais.
 
“7 Days in Entebbe” é sobre uma ação terrorista ocorrida em 1976: o sequestro de um avião e seu pouso forçado em Entebbe (Uganda). O filme recria a operação de salvamento dos passageiros feitos refém pelos terroristas no voo Air France 139, indo de Tel Aviv para Paris, via Atenas. 
 
Daniel Brühl e Rosamund Pike interpretam os sequestradores nesta produção britânica, rodada em três países.
 
Em entrevista ao Mccinema,  Padilha falou sobre o filme e sobre sua expectativa que  ele  provoque debate e polêmica.
 
Depois da excelente receptividade para “Tropa de Elite”, “Garapa” e “Tropa de Elite 2”, no festival, qual sua expectativa com esse novo trabalho?
 
“Trata-se de um filme sobre Israel e Palestina... de modo que espero controvérsia.  Mas como você sabe, já estou escolado neste departamento!.
 
Qual a motivação para lembrar esse fato?
 
“Eu quis mostrar o sequestro do avião sob dois pontos de vista: de  um lado, sob a perspectiva dos terroristas alemães que participaram da ação e como ela muda a partir da interação com os sequestrados. De outro, o embate entre os ministros israelenses Isaac Rabin (Primeiro Ministro) e Shimon Peres (Ministro da Defesa) sobre o que fazer: negociar ou arriscar a vida dos reféns em uma operação de resgate com pouca probabilidade de ser bem sucedida”.
 
Qual o cerne do filme?
 
“O objetivo do filme não é construir ou descontruir. Eu quis mostrar a complexidade do fato e, através dessa complexidade, debater aspectos que transcendem o que ocorreu em Entebbe”,
 
Como foi sua entrada no projeto para dirigir o filme?
 
“Eu fui convidado pela  produtora inglesa Working Title”.
 
O fato pode ter influído na escolha da mostra para a qual foi selecionado?
 
“Já exibi três filmes no festival. Um na competição (Tropa de Elite), um na mostra de documentários (Garapa), e outro abrindo a seção Panorama (Tropa de Elite 2). Agora estou mostrando meu quarto filme, em outro segmento do festival, o reservado para a estreia de filmes de estúdios, sobretudo filmes de diretores que já são conhecidos no circuito dos festivais. Uma experiência nova para mim”.
Como está vendo a programação nesta edição?
“Acho que o festival está bem  interessante. Não sei se você acompanhou, mas este ano houve uma grande controvérsia em Berlin, e muitos cineastas locais reclamaram que a competição do festival estava dando ênfase aos filmes de maior produção, àqueles feitos nos EUA, em detrimento dos filmes mais experimentais. Acho que a Berlinale desta vez separou  com clareza estes dois tipos de filme, garantindo uma grande diversidade”.  
Quais seus próximos projetos?
“No momento, estou incluindo a série de tevê “O Mecanismo”, sobre a Operação Lava Jato, que tem  previsão de estrear em março.  Nos planos, a adaptação para as telas de um livro sobre problemas raciais e o drama Master Thieves, sobre o maior roubo a museus da história dos EUA.
 

     
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