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PUBLICADA EM 23.02.18
Carlos Augusto Brandão
A diretora Adina Pintilie está na disputa pelo Urso de Ouro, pela primeira vez.
“Touch Me Not” – produção Romênia / Alemanha / República Tcheca / Bulgária / França – é também seu primeiro longa-metragem e já participa da competitiva de um dos maiores festivais do mundo.
O fato é que o cinema romeno está, cada vez mais, ocupando seu espaço nos festivais. A qualidade do cinema mais recente da Romênia, que vem sendo chamado de Onda Romena, não é mais um caso isolado, como comprovam os filmes de Radu Jude (Aferim!), Cristian Mungiu (Graduation), Cristi Puiu (A Morte do Senhor Lazarescu) e Corneliu Porumboiu (Polícia, Adjetivo), apenas para citar alguns.
Mesmo considerando a narrativa inovadora dos novos filmes romenos, o corajoso “Touch me Not” é ainda mais diferenciado.
O filme aborda o medo de ser tocado. Entre várias histórias, conta a de Laura (Laura Benson), uma mulher nos seus 50 anos que rejeita a intimidade sexual física, preferindo contemplar prostitutos se masturbando. Ela procura ajuda de diversos terapeutas sexuais para resolver seus bloqueios, incluindo transexual chamada Hanna (Hanna Hoffmann) e Seani Love, um acompanhante masculino de Londres.
O filme funde as fronteiras entre ficção e realidade juntando atores com pessoas reais. A própria diretora participa do filme e toma parte na narrativa. Ainda assim, todos os participantes soam absolutamente convincentes.
Pintilie expressou na coletiva com a imprensa o que mais espera com “Touch me Not”.
“Espero que o diálogo que proponho no filme leve os espectadores de todo o mundo ao debate”, ressaltou a jovem diretora dando uma definição para seu filme.
“Eu nunca o chamaria de documentário. Recusamos esse rótulo com toda a nossa força. Ele é um híbrido de ficção e realidade”, afirmou.
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