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PUBLICADA EM 22.01.14
Myrna Silveira Brandão
Diretores voltam ao festival na competitiva americana de dramas
Os irmãos diretores David e Nathan Zellner gostam de temas com pessoas excêntricas e solitárias, como já mostraram em vários filmes, entre eles – Goliath, que fez muito sucesso na edição do Festival de Sundance de 2008.
Eles estão de volta agora nesta 30ª edição do evento, com Kumiko, the Treasure Hunter, destaque ontem da competitiva dramática americana.
O filme – cuja sessão de Gala aconteceu no Eccles, maior cinema de Park City - foi recebido com muitos aplausos.
A história segue Kumiko, uma japonesa solitária que vive num apartamento apertado em Tóquio com Bunzo, seu coelho de estimação.
No seu tedioso emprego, ela é uma auxiliar de escritório, que passa o dia fazendo tarefas metódicas como preparar chá para seu chefe e levar roupas na lavanderia.
Nos momentos de lazer em casa, assiste obsessivamente a um conhecido filme americano num DVD desgastado.
Kumiko revê as cenas ficcionais várias vezes, tentando mapear o local onde o produto de um roubo foi colocado numa valise e enterrado.
Convencida que seu destino depende de encontrar esse “dinheiro” – e acreditando após sua extensa pesquisa, que sabe onde poderá estar – Kumiko vai para os Estados Unidos no duro inverno de Minnesota para procurá-lo.
O filme é inspirado numa lenda em torno de uma japonesa que fez uma viagem semelhante na busca de um tesouro escondido.
Os irmãos diretores realizaram seu mais ambicioso projeto até agora e Rinko Kikuchi tem um excelente desempenho como a introspectiva e solitária Kumiko, cujo desconforto crescente com o mundo atual a leva cada vez mais a se isolar.
Filmado com uma precisão impressionante, Kumiko, the Treasure Hunter cresce em transcendência na medida em que revela a beleza da busca da personagem por outra realidade, mesmo que essa realidade seja apenas sua.
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