DISTOPIA FUTURISTA EM SUNDANCE
     
 

Publicado em 26.01.2019

Myrna Silveira Brandão

Divino Amor, novo filme de Gabriel Mascaro, teve sua estreia mundial na noite de ontem (25.02) com casa cheia.

A sessão do filme - que concorre na Mostra Cinema Mundial - aconteceu no Ray Theatre de Park City (Utah), onde ocorre o Festival de Sundance.  
 
O filme é uma distopia futurista passada num  Brasil de 2027, onde é celebrado o amor de Deus e  os estandes de orientação espiritual se tornaram a norma. 
 
A história segue Joana (Dira Paes), que mantém sua fé e relacionamento com Deus na mais alta consideração.  Ela usa seu trabalho no cartório para incitar cuidadosamente casais divorciados a reconsiderar sua separação, e se consola com um coletivo religioso incomum que a  ajuda a manter seu próprio casamento sob controle. 
 
Casada com Danilo (Julio Machado), ela deseja ardentemente engravidar e frequenta uma estranha seita – o tal Divino amor – cuja principal crença é a indissolubilidade do casamento, algo na máxima: o que Deus une, o homem não separa.
 
O roteiro de Divino amor, narrado por uma voz infantil, se apoia ora na ironia ora na neutralidade.
 
Através de um estilo visual impressionante e imagens espirituais vibrantes, o premiado diretor nos atrai para um futuro não tão distante, onde a religião se infiltrou na textura da vida cotidiana, desnudando as sutis hipocrisias que perduram em seu núcleo.
 
O filme mostra  dois degraus da vida contemporânea: o céu e o inferno. Há a fé na palavra de Deus, na absorção sem reserva dos escribas da Bíblia e há o sexo sem pecado com a troca de casais.
 
Mascaro foi selecionado para o  Sundance  pela primeira vez com esse olhar marcante, inquietante e profundamente observador na área cinza onde a sensualidade, a devoção e a fé se cruzam, com resultados surpreendentes.
 
“Divino Amor”  terá mais quatro sessões inclusive uma delas em Salt Lake City, capital do Estado.
 

     
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