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PUBLICADA EM 23.01.14
Carlos Augusto Brandão
Filme sobre controverso diretor francês concorre na Documentário Mundial
Mr. Leos CaraX, de Tessa Luouse-Salomé, foi muito aplaudido numa concorrida sessão de gala na 30ª edição do Festival de Sundance.
O filme, sobre o controverso diretor francês, é dos destaques da Mostra Documentário Mundial do evento independente.
Entre outras coisas, Carax tem sido chamado de incontrolável, misterioso e brilhante, palavras que o descrevem ao mesmo tempo de forma tanto negativa quanto elogiosa.
Amado e odiado por muitos, numa coisa todos concordam: Carax tem seguidores fiéis desde seu sucesso quando era um cineasta jovem e poético até adquirir a reputação de um gênio meio louco, mas que faz trabalhos brilhantes como Holy Motors, um dos filmes mais admirados dos últimos 10 anos, um exercício surrealista que trata de arte, vida, morte, solidão, melancolia, identidade, metamorfose e poderia se encaixar em muitos outros temas.
Mas, além desse, outros filmes dele se tornaram cultuados como Os amantes de Pont Neuf (1991), Sangue Ruim (1986) e Pola X (1999).
Para falar sobre sua vida, a diretora Luouse-Salomé combinou entrevistas intelectualizadas com críticos de cinema e membros do elenco e da equipe de Carax, bem como momentos com ele próprio, pintando um quadro comovente do pensativo Mr. X e sua própria poesia visual.
Sem deixar de incluir uma interessante visão do ator principal do diretor, seu parceiro de 30 anos e seu duble virtual Denis Levant – o perfeito alter ego para Carax.
O filme evidencia que Carax é adorado ou odiado e, pelo visto, será assim sempre. Aos 52 anos mantém seguidores fiéis, ao mesmo tempo ardorosos e preocupados com o inusitado do seu próximo filme, onde tudo pode acontecer.
Ele, no entanto, costuma dizer que não se preocupa com os espectadores quando faz seus filmes.
“Não me importo em ser ouvido ou entendido. Se houver alguém que goste de mim fico contente, mas não faço filmes públicos, faço filmes privados”, afirma.
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