Publicado em 08.09.2019

Myrna Silveira Brandão

A premiação em Veneza foi recebida com surpresa.

O  júri do Festival, comandado pela argentina Lucrécia Martel, deu no último sábado (07.09.19) o Leão de Ouro para Coringa, do americano Todd Phillips.
O filme, sobre um personagem de quadrinhos, não estava na bolsa de apostas para o prêmio, embora não possa ser negado que é muito bom.  Os realizadores  optaram por focar o universo mental do protagonista evitando a fórmula de super-heróis. O filme destaca como ele se tornou um dos vilões do mundo das HQs.
O personagem é interpretado por Joaquim Phoenix e o diretor só tem elogios para ele.
“Não haveria esse filme sem ele, é um ator corajoso e de mente aberta”, declarou.
Roman Polanski – objeto de uma polêmica prévia relativa à abuso sexual de uma adolescente em 1970  – quando Martel declarou que não iria à sessão de gala do filme – ganhou o Grande Prêmio do Júri para o seu “J’Accuse”. 
O filme trata do caso Dreyfus sobre um militar judeu acusado injustamente de trair a França.
Emmanuelle Séigner, atriz do filme e mulher de Polanski, agradeceu aos produtores, atores e equipe técnica – entre protestos e aplausos.
O Prêmio de direção foi para o sueco Roy Anderson, com “About Endlessness”.
O italiano Luca Marinelli foi o melhor ator por “Martin Eden”, de Pietro Marcello, interpretando um homem que luta para realizar o sonho de ser escritor.
A francesa Ariane Ascaride levou o prêmio de melhor atriz por sua interpretação  no filme “Glória Mundi”, de Robert Guédiguian, com quem é casada.