PUBLICADA EM 13.02.14

Myrna Silveira Brandão

Após História Del Miedo, de Benjamin Naishtat, La Tercera Orilla, de Cristina Murga, é o outro representante do país portenho na competitiva oficial da 64ª edição do Festival de Berlim.

Chegar à Berlinale trazendo um filme realizado com o patrocínio do diretor Martin Scorsese não é coisa pouca e gera, pelo menos, uma expectativa maior para a sessão de estreia. E foi o que aconteceu.
 
Além disso, a talentosa diretora já tem no currículo os premiados Ana y los Otros (2003) e Una Semana Solos (2007) e em 2012 foi destaque na Mostra Fórum com o documentário Normal.
 
Seu novo filme é um drama pesado sobre Nicolás, um jovem de 17 anos,  dividido entre o caminho que gostaria de seguir e a vontade de Jorge, seu autoritário pai, um médico influente em uma pequena cidade na Argentina.
 
Nicolás foi escolhido  pelo pai para ser seu sucessor nos negócios e na profissão, exercendo uma pressão indevida sobre o menino, não lhe dando direito de uma palavra sequer e, com isso,  provocando rejeição e ódio.
 
Revoltado por, durante toda a vida,  ter assistido ao sofrimento de sua mãe  e embora ame sua família, Nicolás decide que não pode mais viver assim.
 
O novato Alian Devetac e o renomado dramaturgo argentino Daniel Veronese-diretor estrelam La Tercera Orilla, que é uma coprodução argentina / alemã.
 
Na coletiva após a projeção, Murga falou sobre a importância do suporte que recebeu de Scorsese e a participação na Berlinale. Leia os principais trechos:
 
Até que ponto, o apoio de Scorsese ajudou na realização do filme?
 
“O apoio de Martin foi fundamental para desenvolver meu filme, principalmente na questão relacionada com os recursos.  Posso dizer que devo a ele ter realizado La Tercera Orilla”.
 
De que forma ele contribuiu para concretização do projeto?
 
“Além de ter escrito cartas muito positivas, ele  me colocou em contato com as pessoas certas, que me ajudaram a obter financiamento externo”.
 
O que representa esta seleção para a Berlinale?
 
“Estou muito feliz de estar aqui,  este é um grande passo para um diretor de cinema. Apesar de já ter participado em grandes festivais, nenhum é tão importante quanto a competição na mostra oficial de Berlim”.