Festivais - UM MERGULHO NA PSIQUE HUMANA
     
 

19.09.13

Myrna Silveira Brandão

Filme de Sang-soo é atração no NYFF e também está no Festival do Rio

Nova York

Nobody’s Daughter Haewon, novo trabalho de Hong Sang-soo, foi bem recebido na prévia para a imprensa do Festival de Nova York. O filme, que havia concorrido ao Urso de Ouro em Berlim,  também está sendo mostrado na Mostra Panorama Mundial do Festival do Rio (26.09 a 10.10).
 
A história é sobre Haewon, uma estudante que está se sentindo rejeitada.  Sua mãe resolveu emigrar para o Canadá e ela decidiu terminar seu romance com um de seus professores. A protagonista é interpretada por Sunkyun Lee, em seu terceiro trabalho com o cineasta.

Haewon se envolve em outros relacionamentos e acaba se dirigindo para uma velha fortaleza nas montanhas ao norte de Seul, em busca de um caminho seguro para se reequilibrar.


O diretor diz que a principal inspiração para o filme vem da sua busca constante pela originalidade.

“Eu não gosto de repetir temas que já foram abordados várias vezes, prefiro falar daqueles inéditos, enfim dirigir meu olhar para outras direções”, destaca Sang-soo, que costuma seguir uma estrutura singular em seus filmes.   

O diretor é conhecido por filmar sem um roteiro acabado e não dar conhecimento prévio do script aos atores quando os convida a participar do elenco.

“Claro que eu preciso informar previamente o argumento para o produtor. Mas o seguimento das cenas, eu procuro definir no dia em que serão filmadas, muitas vezes inspiradas em coisas que estão acontecendo naquele momento”, ressalta. 

Quanto ao tom natural que os atores costumam ter em seus filmes, o diretor diz que isso decorre de um trabalho em conjunto. 

“Após ter delineado o perfil do personagem, eu converso com os atores e procuro me inteirar sobre suas vidas, seu passado e, muitas vezes, reformulo algumas coisas. As ideias não são imutáveis e filmar é um processo, não um produto acabado”, atesta.

Nobody’s Daughter Haewon é realizado sob a perspectiva do universo da mulher.  Diferentemente dos filmes prévios do diretor, que procurou explorar a impossibilidade de relações sob o ponto de vista dos seus heróis masculinos.  

Como suas ideias, Sang-soo é uma pessoa estranha. Estranhos são também alguns dos seus filmes, como Porta Giratória, Hahaha e A Mulher é o Futuro do Homem. 

O novo filme do cineasta sul-coreano pode ter alguns problemas na distribuição em seu país, já que vem sendo anunciado que terá uma classificação para maiores de 19 anos.