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PUBLICADA EM 18.09.14
Carlos Augusto Brandão
Sapienza, de Eugène Green (A Ponte das Artes, Memórias), é um belo trabalho.
O filme foi o destaque ontem das sessões de imprensa da 52ª edição do Festival de Nova York.
A história segue Alexandre (Fabrizio Rongione) e Aliénor (Christelle Prot Landman), um casal infeliz em diversas maneiras bastante familiares: eles se voltaram para o silêncio e para longe da intimidade. Alexandre, um arquiteto, decide restaurar a si próprio renovando o velho sonho de escrever sobre o arquiteto barroco Francesco Borromini.
Eles vão para Ticino, local de nascimento dele, e depois para Stresa, no Lago Maggiore, onde eles encontram os irmãos Goffredo (Ludovico Succio) que está precisando de dinheiro e Lavinia (Ariana Nastro), que entra em pânico sempre que seu irmão não está por perto.
Enquanto Alexandre e Aliénor oferecem sua amizade a Goffredo e Lavinia, eles restauram seu próprio sentido de equilíbrio interior.
As primeiras sequências narrativas mostram o contraste do planejamento urbano com a liberdade da natureza e o design estético orientado para um viés humanístico.
Antes disso, entretanto, pequenos sons de abertura e vistas de domos, estátuas, espirais, baixos relevos, cúpulas, fachadas trigueiras e manchas verdes de árvores que marcam o palco do que virá e são por só um espetáculo único.
Mas é difícil descrever precisamente a beleza de La Sapienza, localizada em Roma, escrever sua serenidade, sua intensidade silenciosa, ou o delicado equilíbrio que Green localiza entre rostos, paisagens e formas arquitetônicas.
O filme foi indicado ao Prêmio Leopardo no último Festival de Locarno.
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