Festivais - UM LABIRINTO DE SENTIMENTOS
     
 

PUBLICADA EM 22.09.14

Carlos Augusto Brandão

La Princesa de Francia, de Matías Piñeiro, foi bem recebido ontem na 52ª edição do Festival de Nova York.


Junto com Jauja, de Lisandro Alonso e Dos Disparos, de Martín Rejtman, o filme representa a Argentina no evento, num bom ano aqui nesta edição do NYFF para o país portenho.
 
Diferentemente de outros dos seus filmes e do seu sucesso de crítica Viola (2013), o diretor não transplanta Shakespeare para o presente nem utiliza o espírito de suas comédias polimórficas.
 
O novo filme de Piñeiro segue Victor (Julián Larquier Tellarini) que retorna a Buenos Aires após a morte de seu pai e uma passagem pelo México para preparar uma produção no rádio de Love’s Labour’s Lost.
 
Enquanto organiza seu trabalho,  convive com complicados relacionamentos com a namorada Paula (Agustina Muñoz), a amante ocasional Ana (Maria Villar) e a atriz separada Natalia (Romina Paula), bem como com suas complexas  e turbulentas relações uma constelação de amigos envolvidos no projeto.
 
Na medida em que o filme segue os movimentos e interações do grupo, suas vidas começam a ficar crescentemente misturadas com a ficção que eles estão produzindo. O potencial dos resultados se multiplica e a própria realidade parece ser objeto de transformação.
 
O curto filme, com apenas 70 minutos de duração,  é um trabalho intimista que conduz, de forma estonteante,  tanto os personagens quanto os espectadores para diversos campos de possibilidades.  
 
La Princesa de Francia é o filme mais ambicioso até agora realizado por Piñeiro, um dos jovens talentos do cinema mundial e uma experiência eletrizante.