Festivais - UMA COMÉDIA DE HUMOR NEGRO
     
 

PUBLICADA EM 13.10.14

Myrna Silveira Brandão

Birdman, de Alejandro González Iñarritu, encerrou a 52ª edição do Festival de Nova York.

O filme é uma comédia de humor negro e conta a história de um ator em decadência, interpretado por Michael Keaton, que precisa resolver problemas e imprevistos da vida, enquanto está envolvido na montagem de um espetáculo da Broadway, que poderá lhe trazer sucesso novamente.
 
Além de Keaton, estão no elenco Zach Galifianakis, Edward Norton, Andrea Riseborough, Amy Ryan, Emma Stone e Naomi Watts. A fotografia é do ótimo Emanuel Lubeski, que já mostrou seu talento em filmes como Árvore da Vida e Gravidade.
 
No anúncio de que o filme encerraria o evento, Ken Jones, diretor do NYFF, foi pródigo em elogios.
 
“Birdman nos põe a nocaute, é consistentemente surpreendente e criativo. Quando a gente pensa que o filme está indo numa direção Iñárritu muda a marcha e leva você para outro lugar completamente inesperado: o filme é como uma máquina intrincada gerando cada vez mais uma energia bela e radiante”, declarou Jones, destacando o elenco.
 
“Os atores são incríveis e se integram perfeitamente à trama,  mas eu tenho que dizer que Michael Keaton está impressionante. Ele sempre foi ótimo e, na minha opinião, é um ator subestimado.  Mas desta vez, ele recebeu o papel que merece, e tira o máximo dele”, ressaltou.
 
Keaton interpreta o ator que já viveu um super-herói (O Homem Pássaro do título) e agora deseja mostrar que é capaz de ter um desempenho numa peça autoral.
 
Birdman foi  também o filme de abertura do 71º Festival de Veneza e tem previsão de estreia nos cinemas em outubro próximo.
 
Iñárritu disse no festival italiano que só poderia fazer o filme com alguém que de fato já tivesse vivido um super-herói na tela, como  é o caso de Keaton, com Batman.
 
“Mas também era fundamental alguém que topasse sair da zona de conforto e transitar entre a comédia e o drama”, afirma o diretor, que de fato insere seu personagem numa linha tênue entre o cômico e o dramático.
 
“Depois de ter feito muitos filmes com grande peso dramático, eu queria experimentar a leveza da comédia e esse desejo foi o principal motivo que me levou a fazer o filme”, contou.
 
Iñárritu revelou que pediu para os atores assistirem ao O Equilibrista, de James Marsh.
 
“Fiquei impressionado ao ver o filme sobre Philippe Petit, o francês que andou sobre um cabo de aço entre as Torres Gêmeas.  Queria que eles vissem como é assumir riscos”, enfatiza.  
 
É a terceira vez de Iñárritu no evento nova-iorquino, tendo previamente mostrado Amores Brutos  (2000) e 21 Gramas (2003).