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PUBLICADA EM 25.01.15
Myrna Silveira Brandão
Após ter concorrido ao Urso de Ouro na última Berlinale, '71, de Yann Demange, é destaque no Sundance.
O filme integra a Mostra Spotlight, que tem por slogan “o cinema que amamos” e a sessão de estreia foi programada no Egyptian, o cinema mais emblemático de Park City.
Demange, bem sucedido diretor de séries para tevê – entre elas Top Boy e Dead Set – é pouco conhecido, quadro que deve mudar com sua estreia na direção para cinema com ’71.
O filme e segue Gary, um jovem e desorientado soldado britânico, que é acidentalmente abandonado por sua unidade na sequência de um motim nas ruas mortais de Belfast em 1970. Confrontado com uma teia angustiante de bairros e rivalidades, o soldado novato tenta desesperadamente encontrar seu caminho de volta para a segurança.
Gary é interpretado por Jack O’ Connell – mais conhecido pela interpretação de James Cook na série de tevê Skins – liderando um bom elenco que conta ainda com Paul Anderson e Sean Harris.
O roteiro foi escrito pelo dramaturgo escocês Gregory Burke e a produção é de Robin Gutch que produziu o aclamado drama Fome, dirigido por Steve McQueen.
Demange nasceu na França, mas foi criado em Londres, onde mora atualmente. Sua série Top Boy – drama criminal estrelado por Ashley Walters – é um sucesso de público e crítica. Demange também foi indicado a um BAFTA pela direção da comédia Charlie Brooker Dead Set.
Embora a equipe tenha contado com o apoio da Irlanda do Norte Screen para as filmagens, foi difícil reproduzir o cenário dos problemas ocorridos da época em Belfast.
“Foi preciso transformar uma rua em Blackburn, uma das locações do filme, em campo de batalha ficcional. Fumaça, carros blindados, ônibus queimando e entulho encheram as ruas durante os 10 dias necessários para as tomadas”, conta o diretor.
Ter o primeiro filme lançado em Berlim e depois selecionado para o Sundance é o sonho de muitos cineastas e Demange não foge à regra, embora ainda veja a realização de filmes no seu País com um pouco de ceticismo.
“Cinema independente na Inglaterra não é o que costumava ser e a tevê vem preenchendo essa lacuna”, afirma.
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