PUBLICADA EM 27.01.15

Myrna Silveira Brandão

Dreamcatcher foi o destaque ontem da mostra americana de documentários, a segunda mais importante do Festival de Sundance.

O filme, dirigido pela documentarista Kim Loginotto,  segue Brenda, imbuída da missão de romper o ciclo de negligência, violência e exploração vivido por meninas e mulheres do centro de Chicago.
 
Todos os dias, ela realiza intervenções com adolescentes em perigo, mulheres prisioneiras e prostitutas nas esquinas.
 
Ela usa amor incondicional, apoio sem julgamentos, ajuda prática, qualquer coisa que as convença a mudar de vida. Mas a arma mais poderosa do arsenal de Brenda é a pura honestidade que ela pode oferecer porque ela esteve lá, ela foi uma delas.  
 
Durante 25 anos, Brenda sobreviveu como uma prostituta drogada, até recrutando inocentes para aquele tipo de vida e abandonando suas próprias crianças.
 
Usando um trabalho de câmera verdade, sem ser invasiva na perspectiva milagrosa que habita em Brenda, a diretora Kim Longinotto segue histórias íntimas ao longo de todo o  caminho da personagem retratada.  
 
Molestar crianças, abusos físicos, pobreza e silêncio estão entre os denominadores comuns de suas duras situações.
 
Como uma estrela brilhante no escuro, Brenda aparece, dançando e levantando o paradigma: “Faça o resto do mundo responsável pelo que fizeram com você.... Não é sua culpa, não é sua culpa”, enfatiza.
 
A diretora está de volta ao Sundance, onde já apresentou The Day I will never forget (2002) e Salma (2013), entre outros documentários de sua vitoriosa carreira.