PUBLICADA EM 28.01.15

Carlos Augusto Brandão

Em 1961, o psicólogo social Stanley Milgram conduziu o que foi chamado “As experiências da obediência”, na Universidade Yale.

Decorridos mais de cinquenta anos, o roteirista / diretor Michael Almereyda adaptou essa experiência para as telas no thriller “Experimenter”, exibido  na 31ª edição do Festival de Sundance, na Mostra Première.
 
O filme mostra as respostas de pessoas comuns quando lhes é pedido para aplicar choques elétricos em um estranho.
 
Apesar de serem choques, 65% das pessoas obedeceram aos comandos de uma figura autoritária vestida de uniforme de laboratório.
 
Com a exibição nas salas do País, do  julgamento de Adolf Eichmann, os resultados kafkianos de Milgram chocaram e ele foi acusado de ser enganador, manipulador e monstruoso.
 
Experimenter nos convida a entrar na mente tumultuada de Milgram, começando por sua pesquisa sobre a obediência e construindo uma trilha de como as obsessões interiores e os tempos dos quais ele viveu marcaram os inquéritos sobre o comportamento humano incluindo as descobertas sobre “seis graus de separação”.  A teoria de “Seis graus de separação”, segundo a qual apenas seis pessoas nos separam de qualquer indivíduo no mundo, também foi proposta por Milgram. 
 
Constantemente subvertendo as expectativas, o roteirista / diretor Michael Almereyda transmuta o período em que tudo ocorreu, em alguma coisa brincalhona, energética e satisfatória – assumindo muitos riscos perigosos para liberar visões profundas, como todas as grandes experiências.