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PUBLICADA EM 29.01.15
Carlos Augusto Brandão
Cloro, de Lamberto Sanfelice, é um dos destaques do Festival de Sundance, na mostra Cinema Mundial destinada aos filmes internacionais da competitiva dramática.
A primeira sessão de Cloro - que representa a Itália no evento indie – aconteceu no Egyptian, o cinema mais emblemático de Park City.
O filme segue Jenny, de 17 anos que vive em Ostia, uma cidade à beira mar perto de Roma e sonha em ser uma nadadora de nado sincronizado.
Mas com a morte de sua mãe, seu pai tem um colapso nervoso forçando sua família a mudar para uma vila remota na montanha. Jenny vai trabalhar como garçonete num ressorte de esqui próximo de onde mora, para poder cuidar do seu irmão mais novo.
Frequentando furtivamente a piscina do hotel, ela fica mais perto dos seus sonhos, mas a saúde precária do seu pai sem qualquer sinal de melhora, faz com que as circunstâncias “temporárias” de Jenny pareçam cada vez mais permanentes.
O filme de estreia de Sanfelice, baseado num roteiro muito bem escrito por Elisa Amoruso, captura o humanismo de uma adolescente jogada prematuramente nas responsabilidades adultas.
Lembrando a obra dos irmãos Dardennes com seus filmes verdadeiros, poéticos e emocionalmente autênticos, Cloro focaliza um personagem incomum premido pela necessidade econômica, protagonizado pela estrela ascendente Sara Serraiocco.
Jenny é o coração do filme e uma genuína força da natureza. Seu espírito de desafio e estoicismo é impressionante, na medida em que ela tenta reconciliar a realidade de sua vida e o desejo de realizar seus sonhos.
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