Festivais - QUE HORAS ELA VOLTA? COMOVE BERLINALE
     
 

PUBLICADA EM 09.02.15

Myrna Silveira Brandão

Que Horas Ela Volta? de Anna Muylaert estreou no Festival de Berlim, com o auditório lotadíssimo e foi aplaudido de pé.

Na apresentação, Muylaert agradeceu ao festival e a toda equipe  e desejou que o público gostasse do filme.
 
A história segue Val, interpretada por Regina Casé, que deixou sua filha Jessica(Camila Márdila), no interior de Pernambuco para tornar-se babá em São Paulo.  O reencontro acontece quando a menina vai para a cidade prestar vestibular, causando desconforto na casa da família onde Val Trabalha. A presença da jovem  muda o balanço de poder na casa. 
 
Vindo do Sundance –  onde Regina Casé e Camila Márdila dividiram o prêmio de melhor atriz – Que Horas Ela Volta? repetiu aqui o sucesso que fez no festival independente. O filme concorre ao troféu  de audiência da Panorama e ao prêmio da crítica internacional.
 
Em entrevista ao Mccinema, Muylaert falou sobre o filme, a importância da seleção para a Berlinale e o viés universal da história.
 
Qual a origem do filme?
 
“Eu queria falar sobre a questão da educação das crianças e de como ela é desvalorizada no Brasil.  A figura da babá é algo que nunca entendi.  Deixar seu filho o dia todo com alguém que – por necessidade – largou seus filhos para cuidar do filho dos outros sempre me pareceu cruel, pois nenhuma das crianças fica com quem gostaria de ficar.  O filme toca nesta questão de maneira crua”.
 
Como está vendo a participação de Que Horas Ela Volta? na Panorama da Berlinale?
 
“Estou muito feliz,  pois acabei de estrear meu filme em Sundance domingo retrasado (25.01) e duas semanas depois estou aqui mostrando na Berlinale.   Trabalhamos duro para conseguir estar aqui”.
 
Qual resultado espera para a carreira do filme?
 
“A participação aqui e no Sundance vai ajudar muito na sua carreira no exterior e também no Brasil. Mas eu gostaria que contribuísse também para alargar nosso olhar sobre a questão tratada no filme. Espero que o público internacional compreenda o que tem de universal nesta história tão brasileira”.