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PUBLICADA EM 24.09.15
Carlos Augusto Brandão
O trabalho de Robert Frank como fotógrafo e cineasta e sua vida são tão juntos que não existe um sem a outra.
A documentarista Laura Israel acaba de reuni-las num filme apresentado em première mundial, na 53ª edição do Festival de Nova York.
A sessão prévia para a imprensa de Don’t Blink: Robert Frank – uma produção EUA / Canadá – lotou o auditório do Lincoln Center, com certeza para conhecer um pouco mais da carreira de Frank, nascido na Suíça e residente em Nova York.
Embora sua curta duração – 82 minutos – o filme cobre um grande território desde The Americans em 1958 até os dias de hoje, relacionando sua enorme contribuição e sua diversidade artística.
Frank é mais conhecido por Me and My Brother (1969), Candy Mountain (1987) e o curta-metragem Pull My Daisy (1959) uma paródia sobre a Geração Beat, com roteiro escrito por seu próprio criador, Jack Kerouac.
Desde o início dos anos 90, ele tem feito seus filmes e vídeos com a brilhante edição de Laura, que o tem ajudado a organizar as coisas e preservar o brilho dos contatos entre sua câmera com as pessoas e os lugares.
Don’t Blink é um retrato tocante de Laura, do seu amigo e colaborador, uma viagem viva de imagens, sons, lembranças, perdas, ganhos e amizades profundas.
O filme deixa uma impressão fugidia da vida deste homem sempre procurando se reinventar. Com 90 anos e, com o jeito americano de ser, adquirido em sua longa permanência no País, ele mantém, no entanto, a mente em Zurique, sua cidade natal.
Na coletiva após a projeção, a diretora disse que sempre foi fascinada por construir um projeto desde a ideia inicial até sua edição.
“Mas neste documentário eu tentei reverter meu envolvimento no processo e focar no ponto de partida da vida de Frank, antes mesmo de começar a realizá-lo”, contou Israel ressaltando que sua motivação para fazer o filme está intimamente ligada ao trabalho do retratado.
“O trabalho de Frank incorpora poesia, música, teatro, política e a história de New York City. Eu procurei revelar seu processo criativo e o impressionante relacionamento que ele tem com as imagens”, explicou.
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