Festivais - FILME SOBRE PROJETO DO GOOGLE É MOSTRADO NO NYFF
     
 

05.10.13

Myrna Silveira Brandão

O longa também foi selecionado para o Festival do Rio

Nova York

O Festival de Nova York criou nesta 51ª edição uma mostra paralela denominada Applied Science, destinada a trabalhos focados em projetos fora do convencional.

A mostra inclui  três títulos: Particle Fever, de Mark Levinson; Tim’s Vermeer, de Teller; e  Google and the World Brain, de Ben Lewis, este último exibido ontem numa concorrida sessão no Francesca Beale Theater.

O filme também integra a programação do Festival do Rio e será exibido na Mostra TEC. 

Lewis – autor de muitos documentários para tevê –  abre um grande debate sobre informação, direitos autorais  e a ética que deve ser seguida em face dos avanços tecnológicos no mundo atual.  

Locado na China, Estados Unidos, Europa e América Latina, o filme trata dos  dilemas e perigos da Internet.

O tema abordado no filme pode vir a confirmar uma previsão realizada em 1937, pelo  escritor e futurista HG Wells sobre  a criação de algo chamado “Cérebro Mundial”, uma biblioteca global gigante, que lideraria uma nova forma de inteligência e conectaria o conhecimento humano.

Setenta e cinco anos mais tarde, essa previsão pode vir a ser concretizada  através do ambicioso projeto do Google de escanear milhões de livros para o seu website  Google Books.

Seus webmasters estão em articulação com as mais prestigiadas bibliotecas do mundo e precisarão reinventar as normas do direito autoral em nome do livre acesso para todos e em qualquer lugar do planeta. 

O projeto, se for realmente concretizado,  possibilitará que todo o conhecimento fique acessível nesse chamado cérebro mundial.

No entanto, grande parte desse material  está protegido  por direitos autorais e diversos autores ao redor do mundo estão iniciando  uma campanha para pará-lo.  

Lewis diz que espera com o filme provocar  uma reflexão crítica sobre a Internet. 

“Dar informação de graça  para as pessoas pode não ser tão bom quanto parece se ela está sendo tirada de outros sem o devido pagamento ”, afirma o diretor acrescentando que, além disso,  seria uma maneira de manter sob controle todo o conhecimento disponível de forma monopolista.  

“Em última análise, o filme é sobre o que acontece quando uma das mais antigas instituições para disseminar informação – a biblioteca  – entra em contato com uma tecnologia  de ponta – a Internet – bem como com o escâner”, complementa.