PUBLICADA EM 12.02.16

Myrna Silveira Brandão

Jeff Nichols está rapidamente se tornando um dos cineastas mais promissores de Hollywood.

“Separados pelo Sangue”, “O Abrigo” e “Amor Bandido”, seus filmes anteriores,  tiveram ótima receptividade da crítica e do público.
 
Midnight Special, seu novo trabalho, é um thriller de ficção científica sobrenatural. Michael Shannon é Roy, um pai desesperado para proteger Alton, seu talentoso filho de oito anos de idade, interpretado pelo estreante Jaeden Lieberher.
 
Acrescido por Joel Edgerton e Kirsten Dunst, o grupo tem que correr para levar Alton a um local secreto, enquanto é perseguido por uma seita religiosa extremista liderada por Sam Shepard e uma força-tarefa governamental chefiada por Adam Driver.  É uma perseguição completa, a qual poderia resultar em um evento que mudaria o mundo.
 
O filme teve uma concorrida sessão para a imprensa na 66ª edição do Festival de Berlim, onde concorre ao Urso de Ouro.
 
Na coletiva após a projeção, o  diretor revelou que queria  dar ao filme um tom similar a filmes do Gênero e que se passasse quase que inteiramente à noite, o que faz sentido com o título do filme. Leia os principais trechos:
 
Sobre a  inspiração ser na linha do John Carpenter
 
“Sim, é uma história de perseguição sci-fi e eu quis dar ao filme um tom similar aos filmes do gênero”.
 
Sobre a emoção específica  de Midnight Special
 
“Eu tenho um filho de três anos de idade. Se Take Shelter  (O Abrigo) foi o filme feito por alguém que estava prestes a ser pai e toda a ansiedade que vem com isso, Midnight Special é o filme feito por um cara que já é pai.  Assim, é definitivamente sobre a maneira como me sinto sobre meu filho e também a perspectiva de um pai escrevendo sobre um filho. Essa é a âncora emocional,  o motor que o impulsiona. E é ainda é um filme sobre família, enfim, nada de novo rs rs rs.”.
 
Sobre a sintonia com Michael Shannon
 
“Eu gosto muito de trabalhar com ele, nós nos adequamos um ao outro, eu sinto isso. Gostamos  de trabalhar juntos, respeitamos um ao outro. No primeiro dia da filmagem ele não apareceu e, no segundo, quando chegou foi como se meu irmão mais velho aparecesse”;
 
 
Sobre a experiência de realizar o primeiro filme de estúdio
 
“Não vou mentir, achava que seria assustador, mas eles foram incríveis. Permitiram que eu mantivesse  meu controle criativo e me deram exatamente o que eu esperava. Eu queria um parceiro, não um chefe, e um parceiro com a experiência da Warner Bros, que ela tem de sobra.  Eu queria alguém me falando sobre estratégias de lançamento, sobre cartazes para o filme e todo o caminho a seguir, inclusive me dando conselhos.  Enfim, eu não queria alguém que ficasse completamente fora do meu caminho, mas também  não queria alguém preenchendo todo esse caminho.  Foi realmente uma grande colaboração criativa, que é o que eu esperava”.
 
Sobre a possibilidade de haver um filme de franquia em seu futuro
 
“Eu não sei, mas estou aberto a qualquer coisa. A confiança que eu adquiri fazendo esses três filmes, fez com que eu apostasse mais em meu instinto e, se ele não está se sentindo bem, não devo forçá-lo.  Por causa disso, eu já disse “não” a um monte de coisas. Eu disse “não” a algumas franquias porque eu pretendo fazer exatamente o que eu quero fazer. Eu preciso ter confiança suficiente no processo e isso foi o que aconteceu com a Warner Bros.  Eles me deram a confiança de  que eu seria muito bem cuidado e também seria ouvido”.