Festivais - ANNA MUYLAERT RETORNA À BERLINALE
     
 

PUBLICADA EM 13.02.16

Carlos Augusto Brandão

A diretora Anna Muylaert está de volta ao Festival de Berlim com seu novo filme “Mãe só há Uma”.

O longa foi selecionado para a Panorama, a mesma Mostra onde ela teve enorme sucesso na edição passada com “Que Horas ela Volta?” que saiu do festival com o prêmio de audiência.
 
A sessão de estreia ontem à noite  (12.02) no Zoo Palast 2,  foi bastante concorrida, Anna é muito conhecida aqui e a plateia estava ansiosa para assistir ao seu novo trabalho.
 
Inspirado livremente  num caso real, o filme segue Pierre, um adolescente, que vai viver com sua família biológica, após sua mãe adotiva  ser presa por sequestro de bebês em maternidades. A trama acompanha a transição do jovem ao seu novo ambiente e à sua nova identidade.
 
Matheus Nachtergaele interpreta o pai do adolescente e Dani Nefussi vive as duas mães do protagonista, interpretado pelo jovem ator Naomi Nero.
 
Em entrevista ao Mccinema  Anna falou do filme, do seu tema central e sua expectativa nesta edição.
 
Sobre a mensagem do filme
 
“Um dos cernes é a discussão da identidade. Mas há também uma questão delicada, o menino é transgênero, assunto muito presente nos dias de hoje, as coisas estão muito fluidas nas novas gerações, tudo parece muito normal”.
 
 
Sobre  as diferenças e semelhanças entre “Mãe só há uma” e “Que Horas ela Volta?”
 
“Embora a questão da maternidade também esteja presente e exista uma semelhança com personagens jovens buscando o seu espaço, o restante é bem diferente.  Este é realizado o tempo todo com câmera na mão ainda que com a mesma fotógrafa, enfim não dá para comparar um com o outro”.
 
Sobre a receptividade na Berlinale  
 
“Este agora é menos popular, não tem a pretensão de repetir o sucesso de Que Horas Ela volta?. Embora seja mais ousado, traz um tema mais jovem, mas também mais forte e mais fechado.  Acho que não vai agradar a um público tão grande”. 
 
Sobre prêmios para o filme
 
“Que Horas ela volta?”  foi vendido para 22 países da Europa, Ásia e Oceania. E é claro que a excelente receptividade no festival, os prêmios, tudo isso ajudou muito. Estou em Berlim, neste  ano, com uma expectativa mais baixa, mas espero que “Mãe só há Uma” encontre seu público e estar aqui já é uma vitória”.